“Ontem [quinta-feira] foram realizados oito testes e deram todos negativo. As notícias são mais tranquilizadoras e neste momento considero o surto na Comporta controlado”, disse hoje à agência Lusa a delegada de saúde de Alcácer do Sal (distrito de Setúbal), Tamara Prokopenko.
Apesar de os dois restaurantes estarem localizados na freguesia do Carvalhal, no concelho de Grândola, as 22 pessoas infetadas residem na freguesia da Comporta, no concelho vizinho de Alcácer do Sal, ambos no distrito de Setúbal, onde está concentrado o trabalho das autoridades de saúde.
Desde que foram detetados os primeiros casos de COVID-19, em funcionários de um restaurante de praia, no Carvalhal, já foram realizados "51 testes”, entre funcionários, familiares e contactos dos casos positivos, estando ainda previsto “testar durante o dia de hoje mais oito pessoas”.
“Estamos a fazer testes a oito pessoas, mas são casos de risco médio ou baixo. Por isso, estou convicta que sejam negativos”, afirmou a responsável, que mantém reserva em relação à origem deste surto, que, no espaço de uma semana, levou ao encerramento de dois restaurantes na zona da praia da Comporta.
Os 18 funcionários, a maioria de nacionalidade estrangeira e trabalhadores sazonais, e quatro familiares, que testaram positivo, residem em várias aldeias da freguesia da Comporta.
“A maioria das pessoas está assintomática e a cumprir a quarentena, não havendo internamento hospitalar relacionado com a COVID-19”, acrescentou a delegada de saúde, afastando a hipótese de transmissão comunitária por considerar que “o caso índice [primeiro caso] foi importado” por um dos trabalhadores sazonais.
Em quarentena “estão 51 pessoas”, porque “estamos a vigiar os casos positivos e também os negativos”, acrescentou a responsável, que não prevê alargar o rastreio a mais pessoas.
“Se os testes de hoje derem negativo vamos terminar o rastreio relacionado com este surto”, referiu.
Segundo Tamara Prokopenko, a partir de agora, as autoridades de saúde vão “fazer vigilância apertada das pessoas positivas que estão em quarentena".
"Ao fim de 14 dias, vamos testar novamente os casos positivos. Se algum deles negativar podem retomar a vida normal, quem der novamente positivo, mantém-se em quarentena”, explicou.
O primeiro restaurante foi encerrado, no dia 20 deste mês, quando foi confirmada a existência de funcionários infetados. Depois, surgiu outro estabelecimento, na mesma zona, com casos positivos, que foi encerrado na quarta-feira, ambos pertencentes ao mesmo proprietário.
Portugal contabiliza pelo menos 1.809 mortos associados à COVID-19 em 56.673 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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