O Centro Hospitalar Lisboa Ocidental foi uma das primeiras unidades hospitalares da região de Lisboa e Vale do Tejo a receber este reforço num momento em que Portugal se está a reorganizar, para fazer face a pandemia provocada pela covid-19 e ao crescente aumento de pedidos de testes nos laboratórios dos hospitais.
De acordo com uma nota de imprensa do IGC, os investigadores já começaram a integrar as equipas dos laboratórios que funcionam em turnos de 24 horas por dia, sete dias por semana, e onde a quantidade de pedidos de testes à covid-19 vai aumentar progressivamente nas próximas semanas.
“Nós conhecemos as técnicas e os equipamentos e podemos rapidamente ajudar a aumentar a capacidade de resposta destes laboratórios. Fui muito bem recebida na equipa e é muito gratificante poder contribuir neste momento tão desafiante que vivemos”, afirma em comunicado Sílvia Costa, investigadora do IGC, uma das primeiras voluntárias a iniciar a colaboração Laboratório de Microbiologia Clínica e Biologia Molecular do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.
Para Cristina Toscano, responsável do Laboratório de Microbiologia Clínica e Biologia Molecular do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, “toda a ajuda é bem-vinda”,
“Os investigadores do IGC integram as nossas equipas e, numa primeira fase recebem formação para se adaptarem aos nossos circuitos de trabalho e equipamentos e, posteriormente, garantem um reforço das equipas dedicadas ao diagnóstico da covid-19, o que nos permite aumentar a capacidade de resposta numa altura de crescente procura”, frisou.
Segundo Mónica Bettencourt Dias, Diretora do IGC, numa altura em que é necessário o envolvimento de todos “o Instituto Gulbenkian de Ciência tem de ser parte da solução com estratégias em várias frentes, a mais premente a nível do diagnóstico: fazendo testes no equipamento da unidade de genómica do IGC, desenvolvendo testes alternativos, e tendo cientistas onde são precisos, em particular nos hospitais”.
Aos investigadores do IGC já se juntaram também outros da Fundação Champalimaud e uma segunda unidade Hospitalar vai começar a integrar investigadores nos laboratórios, o Hospital Fernando da Fonseca.
De acordo com a nota de imprensa do Instituto Gulbenkian de Ciência, há muitos investigadores a querer contribuir quer nos hospitais quer neste esforço comum, “um exemplo que serve de prova da sinergia entre centros de investigação e hospitais nesta luta contra a covid-19”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, mantém-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
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