“Começamos antes da 09:00”, disse a enfermeira Ana Gouveia responsável pela estrutura de vacinação, realçando que o pessoal teve de “reorganizar-se” porque a operação de vacinação estava prevista para começar pelas 13:00.

A responsável salientou que “logo que o centro abriu tinha pais e adolescentes para serem vacinados” e foi preciso “reorganizar termos de equipas, espaço, distribuição, preparação de vacinas”.

“Começamos logo a vacinar. Não podíamos perder esta oportunidade”, realçou Ana Gouveia, argumentando que as pessoas “não viram bem que era a partir das 13:00”.

A enfermeira Ana Gouveia salientou que o processo de vacinação foi desencadeado e “cerca de 100 pessoas desta faixa etária, entre os 12 e os 17 anos, estava vacinada em menos de meia hora”.

Ana Gouveia salientou que as autoridades regionais de saúde “já estavam a prever que a adesão à vacinação fosse boa”, tendo em conta os telefonemas recebidos, todas as questões colocadas e o facto da “população madeirense aderir bem à vacinação”.

Complementou que “ao longo dos últimos dias já havia a preocupação de muitos pais que queriam ver os filhos vacinados antes dos 17 anos”.

Antes das 13:00, a hora marcada para ter início a ‘casa aberta’ de vacinação no Funchal, centenas de pessoas aguardavam em longa filas pela sua vez.

Entre estes, uma jovem de jovem de 17 anos, com lágrimas não porque não pretendia ser vacinada, mas por “ter medo de agulhas desde criança”, assegurou à agência Lusa, vincando que concordava com a administração da vacina porque “é mais seguro para todos”.

A mãe, Alexandra Mendes acompanhava-a, confirmou o medo da filha, e opinou que esta é “uma boa medida”, acrescentando que sendo profissional de saúde, é preciso levar em conta que os jovens “vão voltar à escola e vão estar tudo juntos”.

Também Josef Sechava, um emigrante da Venezuela, que estava junto do filho José André com 12 anos para ser inoculado, admitiu ter “falado com amigos de vários países sobre a situação” e chegou à conclusão que “há mais benefícios em ter a vacina do que não ter”.

“Há muitas teorias e divergências, mas eu queria ser vacinado e foi também uma decisão de família, mas sinto-me mais seguro”, declarou José André, garantindo não ter “qualquer receio”.

Dois irmãos, Pedro e Laura Rodrigues, ele com 15 e ela com 17 anos, estavam acompanhados pelo pai, que, apesar de considerar “não ser o momento para ser vacinado”, aceitou a decisão dos filhos, sustentando que “são livres para tomar as suas opções e avaliar a situação”.

Laura opinou que a vacinação permite que “o próximo ano escolar seja mais seguro e não seja preciso voltar às aulas à distâncias, que são muito prejudiciais”, tendo o irmão (Pedro), complementado que esta é uma forma de se “sentir mais seguro”.

Tiago Batista com 13 anos também vincou que a vacinação “é uma proteção” para si e para “os que estão á sua volta”, reforçando a mãe, Ana Batista que esta medida “é uma mais-valia para tornar possível retomar a vida normal, um ano letivo com aulas presenciais” e que “os jovens hoje estão muito bem informados sobre a situação da pandemia”.

Mariana Leça, com 17 anos, tinha acabado de ser inoculada e afirmou que “esta é uma boa medida porque todos sabem que a covid-19 afeta também os jovens e muitos, ultimamente, têm sido infetados”.

“A vacinação vem criar uma imunidade maior e é uma forma de nos protegermos e à nossa família”, realçou a jovem.

Natacha Leça também foi vacinada e enfatizou que esta é uma “medida certa”, falando da “confiança nos médicos”, embora considere que “há o perigo de ainda não terem sido administradas as vacinas entre os 20 e os 22 anos.

Segundo os últimos dados da Direção Regional de Saúde, a Madeira registou sexta-feira 27 novos casos de covid- e 25 recuperações, tendo sido assinaladas 243 infeções ativas no arquipélago.

Sexta-feira, a Direção-Geral de Saúde (DGS) recomendou administração de vacinas contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades.