Numa pergunta assinada pela deputada Ana Rita Bessa, o grupo parlamentar centrista cita uma notícia divulgada hoje pelo jornal Público, que adianta que em julho de 2020 “morreram em Portugal 10.390 pessoas, o valor mais alto registado nos meses de julho em 12 anos”.
De acordo com dados recolhidos pelo jornal no sistema nacional de Vigilância da Mortalidade (eVM), que regista o número de óbitos diários desde 2009, “em Julho morreram mais 2137 pessoas do que em igual período do ano anterior — um crescimento a rondar os 26%”, sendo que “apenas 1,53% dos óbitos (159 do total) se deve à covid-19”.
O grupo parlamentar centrista adianta ainda ter recebido “várias exposições de cidadãos que continuam sem consultas presencias com os respetivos Médicos de Família, sendo tudo feito via telefone com todas as confusões e mal-entendidos que daí poderá advir para utentes mais idosos e sem facilidade de compreensão sobre o que fazer ou que medicamentos tomar”.
Segundo o CDS, os profissionais de saúde manifestam igual preocupação “com a situação e, principalmente, com o impacto que a paralisação do sistema de saúde, causada pela pandemia covid-19 possa vir a ter, a médio/longo prazo, na sobrevivência de doentes crónicos e com doença oncológica, entre outros”.
Quanto a novos diagnósticos de cancro, os centristas alertam para o facto de “grande parte do sistema [de serviços oncológicos] continuar parado”, notando-se uma “queda acentuada nos novos diagnósticos”.
De entre um conjunto de 14 perguntas, o CDS pretende saber como estão os Centros de Saúde e Unidades de Saúde Familiar a responder às necessidades dos cidadãos sem covid-19 e se a ministra Marta Temido se encontra “em condições” de fazer um ponto de situação sobre o funcionamento destas unidades.
O partido pede também dados sobre o funcionamento e reabertura das unidades por administração regional de saúde, questionando o governo sobre o “atraso na retoma plena da atividade nos Centros de Saúde e Unidades de Saúde Familiar” e exigindo saber se estas unidades já se encontram aptas para “dar respostas a todas as solicitações exigidas pela realidade atual”.
Relativamente à Oncologia, o grupo parlamentar quer saber “quantos diagnósticos se deixaram de fazer em relação a período homólogo”, pedindo ainda explicações à ministra da saúde sobre a redução dos novos diagnósticos de cancro em Portugal.
Por último, os centristas pretendem saber quando é que se prevê a regularização das listas de espera para cirurgias e exames complementares, qual o acompanhamento que está a ser feito pelo ministério da saúde relativamente a patologias que não a covid-19 e se “as consultas de doenças crónicas estão a ser feitas em tempo útil em todo o país, nomeadamente no interior, onde a população é mais envelhecida, com menos meios e com menos mobilidade”.
Comentários