Em declarações aos jornalistas em Nelas, no distrito de Viseu, Francisco Rodrigues dos Santos considerou que “o Governo tem estado particularmente preocupado em gerir a opinião pública e em esforçar-se por manter elevados os seus índices de popularidade”, sem que tenha clareza no discurso.
“Agora, parece que o país e algumas luminárias encontraram um bode expiatório, os mais jovens e os seus ajuntamentos em festas ilegais”, criticou o líder do CDS, sublinhando que “as novas gerações têm que ter atitudes responsáveis e condutas conscienciosas e preventivas” que impeçam o contágio.
No entanto, no seu entender, “o Governo não pode emitir duplos critérios, nem sinais contraditórios, numa altura em que a clareza do seu discurso é fundamental para os portugueses entenderem que comportamentos são autorizados”.
Não deve, por isso, “semear a dúvida, nem o inequívoco, através de um discurso que tem sido incoerente”, frisou.
O presidente dos democratas-cristãos questionou, se “as concentrações de pessoas estão limitadas e bem”, um “festival como o Avante não é ilegal e o vírus não pode atacar”.
“Será admissível e de bom senso continuar a haver manifestações de centenas de pessoas em que não são cumpridas as regras de segurança e de saúde pública? Ainda para este fim de semana temos um líder de um partido político a dizer que não desmarca a sua e uma central sindical como a CGTP a agendar nove concentrações”, lamentou.
Na sua opinião, é “evidente que as coisas não podem ser assim”.
“Esperamos do PS clareza no discurso, coerência, que não emita sinais contraditórios, que haja um quadro sancionatório que permita aos portugueses entenderem que os comportamentos, quando não respeitam as regras de saúde pública, têm uma punição associada”, afirmou.
Francisco Rodrigues dos Santos aludiu também à possibilidade de existir “uma aplicação tecnológica que, compatibilizando a liberdade e a segurança com mecanismos de controlo absolutamente transparentes, possa ajudar a identificar casos de possíveis futuras infeções e ajudar nesta dinâmica de organização social”.
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