Em entrevista telefónica à Lusa, António Fonseca, da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, lamenta que até ao momento nem a Direção Geral de Saúde (DGS), e a Administração Regional de Saúde (ARS Norte) tenham contactado aquela estrutura para iniciativas preventivas sobre o surto do Convid-19 juntos dos cidadãos que usufruam da noite no Porto.
“A Associação de Bares da Zona Histórica do Porto vem manifestar o seu desagrado face ao comportamento da Direção-Geral de Saúde (DGS), em particular a Administração Regional de Saúde (ARS Norte) pela falta de comunicação/informação, assim como recomendações, as quais até ao dia de hoje não aconteceram sobre cuidados no que concerne ao coronavirus”.
Questionada pela Lusa sobre as críticas da Associação de Bares, fonte oficial da ARS Norte referiu que a estrutura e os delegados de saúde estão a "fazer de forma exaustiva um trabalho junto das populações e das instituições".
Para a Associação, porém, “a DGS está a demonstrar total descuidado, ou melhor, a ignorar o fluxo de público turístico nos estabelecimentos de animação" e, por tal facto, "não deixará de responsabilizar quem de direito pelo que possa vir acontecer”, avisou António Fonseca, referindo que irá “remeter o desagrado para o Ministério da Saúde”.
“A Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, vem manifestar o seu desagrado face ao comportamento da DGS, em particular a ARS Norte pela falta de comunicação e de informação, assim como recomendações, as quais até ao dia de hoje não aconteceram sobre cuidados no que concerne ao coronavírus”, lamenta António Fonseca.
“Alarmismo é andar a mandar fechas as casas”, refere, alegando que era importante realizar-se “ações de sensibilização” e pedir aos estabelecimentos para redobrarem os cuidados com o ar e nas casas de banho”.
Segundo António Fonseca, a Associação de Bares da Zona Histórica do Porto não pode enveredar por “ações preventivas avulsas”.
Qualquer medida deverá ser implementada em articulação/instruções com a entidade competente (DGS) para que todas as medidas de contingência sejam implementadas de acordo com a “matriz” científica emanada de quem tem a responsabilidade na saúde. Acresce, que estamos perante um período de elevado fluxo turístico, com cidadãos de todo mundo”.
30 casos confirmados em Portugal
Em Portugal há 30 casos confirmados de coronavírus, segundo dados oficiais da Direção-geral da Saúde (DGS). Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados, nenhum em cuidados intensivos. Do total de doentes, 18 são homens e 12 são mulheres. Quanto a grupos etários, os 30 casos inserem-se entre todas as faixas etárias compreendidas entre os 10-19 e os 70-79 anos, segundo o último boletim da DGS.
A DGS comunicou também que 447 pessoas estão sob vigilância por contactos com infetados.
Face ao aumento de casos de infeção, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte e a limitação de visitas às prisões de todo o país.
Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.
A epidemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos. Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.
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