Os investigadores concluíram que, antes de 23 de janeiro, apenas 14% dos pacientes infetados foram identificados e que os 86% não detectados foram a fonte de contágio de 79% dos casos confirmados de Covid-19.
O estudo, realizado por uma equipa multidisciplinar e publicado na revista Science, aponta que os casos não identificados apresentavam sintomas leves ou eram mesmo assintomáticos.
De acordo com os investigadores, foram notificados no período analisado 16.829 casos na China. Estima-se, com base em modelos matemáticos, que, sem a transmissão a partir de pacientes não identificados, esse número seria reduzido em 78,8%, e, entre as 375 cidades analisadas, o número de municipalidades com mais de dez casos confirmados cairia de dez para apenas um.
O estudo calcula que, entre 24 de janeiro e 8 de fevereiro, após a imposição de restrições de viagens de viagens entre Wuhan, epicentro do surto, e outras grandes cidades, o número de infecções não identificadas caiu para 35%, adianta ainda a BBC.
Estas descobertas indicam que um aumento drástico na identificação e isolamento de infeções não documentadas é necessário para "controlar totalmente" este novo coronavírus.
Desde o início da pandemia, em dezembro do ano passado, 217.510 pessoas foram infetadas com Covid-19 em 157 países e 9.020 morreram.
Morreram mais 236 pessoas e foram registados 8.015 novos casos desde o fim da tarde de quarta-feira.
Em Portugal, o número de mortos subiu hoje para três, com 785 casos confirmados, segundo a Direção-geral da Saúde.
A Assembleia da República aprovou ontem o decreto de declaração do estado de emergência que lhe foi submetido pelo Presidente da República com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.
Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.
Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
O Governo também anunciou o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.
O Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
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