Os investigadores concluíram que, antes de 23 de janeiro, apenas 14% dos pacientes infetados foram identificados e que os 86% não detectados foram a fonte de contágio de 79% dos casos confirmados de Covid-19.

O estudo, realizado por uma equipa multidisciplinar e publicado na revista Science, aponta que os casos não identificados apresentavam sintomas leves ou eram mesmo assintomáticos.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

De acordo com os investigadores, foram notificados no período analisado 16.829 casos na China. Estima-se, com base em modelos matemáticos, que, sem a transmissão a partir de pacientes não identificados, esse número seria reduzido em 78,8%, e, entre as 375 cidades analisadas, o número de municipalidades com mais de dez casos confirmados cairia de dez para apenas um.

O estudo calcula que, entre 24 de janeiro e 8 de fevereiro, após a imposição de restrições de viagens de viagens entre Wuhan, epicentro do surto, e outras grandes cidades, o número de infecções não identificadas caiu para 35%, adianta ainda a BBC.

Estas descobertas indicam que um aumento drástico na identificação e isolamento de infeções não documentadas é necessário para "controlar totalmente" este novo coronavírus.

Desde o início da pandemia, em dezembro do ano passado, 217.510 pessoas foram infetadas com Covid-19 em 157 países e 9.020 morreram.

Morreram mais 236 pessoas e foram registados 8.015 novos casos desde o fim da tarde de quarta-feira.

Em Portugal, o número de mortos subiu hoje para três, com 785 casos confirmados, segundo a Direção-geral da Saúde.

A Assembleia da República aprovou ontem o decreto de declaração do estado de emergência que lhe foi submetido pelo Presidente da República com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

O Governo também anunciou o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.

O Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

Acompanhe aqui, ao minuto, todas as informações sobre o novo coronavírus em Portugal e no mundo.

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