O avião da Força Aérea Portuguesa que transportou os 18 portugueses, entre eles dois diplomatas da embaixada de Portugal, em Pequim, e as duas cidadãs brasileiras repatriados de Wuhan, China, aterrou às 20h24, alguns minutos antes da hora prevista (20h30), na base de Figo Maduro, em Lisboa. As duas cidadãs de nacionalidade brasileiras, jogadoras de futebol, tiveram o apoio da Embaixada de Portugal, em Pequim, para embarcar nesta operação de repatriamento.

Em conferência de imprensa, Marta Temido informou que o grupo de repatriados foi acompanhado por oito profissionais de saúde e oito triplulantes da Força Áerea, INEM e equipa de sanidade internacional. "Tratou-se de uma operação complexa e sensível que foi concluída com sucesso", afirmou.

Todos os repatriados ficarão em quarentena. Marta Temido explicou ainda que o grupo estava a ser alvo de uma avaliação por parte da equipa de sanidade internacional e que "qualquer dúvida que possa suscitar-se durante a avaliação será esclarecida por contacto telefónico pela linha de apoio ao médico", ou seja, qualquer caso que suscite dúvidas, será discutido através desta linha de apoio, acrescentando que "a sua eventual validação médica determinará que o caso seja enviado seguindo o protocolo de transporte para um dos hospitais de referência, neste caso o Curry Cabral".

Finda a avaliação, os portugueses serão transportados novamente em ambulâncias e carrinhas do INEM para um edifício próprio do hospital Pulido Valente, onde será feita uma recolha de material para análise.

A ministra afirmou ainda que numa primeira fase, todo o grupo ficará em quarentena em Lisboa, entre o hospital Pulido Valente e o Parque da Saúde, na Avenida do Brasil, por uma questão de proximidade à equipa de sanidade internacional e ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, onde serão efetuadas as análises recolhidas destes repatriados.

A RTP avança ainda que o avião onde este grupo viajou vai ser alvo de uma desinfeção, de forma a não haver qualquer risco posterior.

O C-130 partiu ao final da tarde da base militar de Istres, sul da cidade francesa de Marselha. A ligação entre França e Portugal foi acompanhada por uma equipa médica. Os 17 portugueses e as duas brasileiras tinham chegaram este domingo, pelas 13h30 (hora em Lisboa), a França.

Estes repatriados fazem parte de um grupo de 250 europeus que foram retirados da China num voo da companhia aérea portuguesa Hi Fly, fretado pelo Governo francês.

Dois hospitais vão receber portugueses regressados de Wuhan

O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e o Hospital Militar, no Porto, são as unidades que dispõe de instalações para albergar este grupo que regressa da zona de Wuhan.

A diretora-geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, convocou na sexta-feira ao fim da tarde uma conferência de imprensa em que admitiu que o grupo de portugueses que vai regressar da China é "especial", por estar no "epicentro de uma nova doença".

Graça Freitas indica que o Ministério disponibiliza instalações "tranquilas e dignas" para que possam estar em "isolamento profilático" voluntário. Segundo a DGS, os cidadãos repatriados serão aconselhados a estar em quarentena durante 14 dias. Podem fazê-lo em casa ou nas unidades disponibilizadas supra referidas.

Veja as recomendações da DGS para se precaver do vírus

Veja em baixo o mapa interativo com todos os casos de coronavírus confirmados

Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.

Vírus continua a alastrar

China elevou para 305 mortos e mais de 14 mil infetados o número de vítimas da doença no último balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

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Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há dezenas de casos de infeção confirmados em 25 outros países.

A OMS declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.

Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial. Esta é a sexta vez que a OMS declara uma emergência de saúde pública de âmbito internacional. Para a declarar, a OMS considerou três critérios: uma situação extraordinária, o risco de rápida expansão para outros países e a exigência de uma resposta internacional coordenada.

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Veja em vídeo como se transmite o coronavírus

Artigo atualizado às 21h36 com a conferência de imprensa liderado por Marta Temido, ministra da Saúde.