Um estudo britânico que comparou o cérebro de pessoas viciadas em cocaína com o de pessoas sem histórico de consumo da droga concluiu que a substância provoca perda de volume dos lobos frontais.

Segundo o jornal britânico The Guardian, o estudo levado a cabo por investigadores da Universidade de Cambridge revelou que consumidores de cocaína sofrem perdas significativas de massa cinzenta nos lobos frontais, o que afecta as funções ligadas à tomada de decisão, atenção  e memória.

A investigação, que se alicerçou na comparação de 60 pessoas viciadas em cocaína com 60 pessoas sem qualquer histórico de consumo de drogas, indica que esta redução do volume cerebral pode também explicar comportamentos compulsivos associados ao consumo da substância.

De acordo com Karen Ersche, a cientista que coordenou a investigação, quanto maior for o período do consumo de cocaína por parte de um  indivíduo, menor serão os seus níveis de atenção e maior será o uso compulsivo da droga.

Para além dos lobos frontais, o estudo concluiu que outras áreas cerebrais são também afectadas pelo consumo da substância. A ínsula, que desempenha um papel importante na aprendizagem e que está relacionada com a sensação de ansiedade e com o processo emocional, apresenta igualmente contracções de volume.

Os resultados da investigação foram publicados ontem na revista de neurologia Brain.

22 de junho de 2011

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