Um estudo do Centro Europeu para o Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC, na sigla inglesa) conclui que um em cada três doentes internados na Europa recebe pelo menos um antibiótico enquanto está internado, ou seja, 33% dos pacientes. Em Portugal, essa média é superior: 40%.
"Quanto mais um país usa antibióticos nos hospitais, mais as bactérias que causam infeções nesses hospitais se tornam resistentes aos antibióticos. Por isso, não é de estranhar que Portugal seja um dos países com maior mortalidade devido a infeções por bactérias resistentes", alerta Dominique Monnet, do ECDC, À referida rádio.
Dominique Monnet aconselha os médicos e hospitais portugueses a cortarem nos antibióticos e a apostarem em alternativas.
Estudo recomenda mais prudência
"Precisamos de usar os antibióticos de forma mais prudente, deixar de pensar que são precisos mais do que dois dias, e os hospitais precisam de melhorar o sistema de prevenção e controlo de infeções", nota o especialista.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu esta semana que o consumo excessivo e o subconsumo de antibióticos são as principais causas de resistência antimicrobiana e do aparecimento de "superbactérias" mortais.
Em comunicado, a OMS alerta para o aumento perigoso do consumo de antibióticos em alguns países, mas também para o subconsumo noutras regiões, que levou ao aparecimento de bactérias mortais.
Descobertos na década de 1920, os antibióticos salvaram dezenas de milhões de vidas combatendo eficazmente as doenças bacteriológicas, como a pneumonia, a tuberculose e a meningite. Mas, ao longo das décadas, as bactérias modificaram-se para resistir a esses fármacos.
Comentários