Segundo o médico e professor Vítor Oliveira, presidente do evento, este ano o foco está na "relação da neurologia com a sociedade em que está envolvida: instituições hospitalares, estruturas oficiais, estruturas de apoio, associações de doentes, os diversos mecanismos oficiais que se articulam com os doentes neurológicos e também com os profissionais".

Um dos temas em cima da mesa é o Zika. Este vírus é uma ameaça à saúde pública e existe o risco de que chegue a Portugal através das vagas de calor e mosquitos. O enfoque da neurologia neste tema está relacionado com descobertas recentes relacionadas com o impacto da infeção por Zika no desenvolvimento cerebral. O Zika pode provocar alterações neurológicas nos nervos periféricos em indivíduos adultos e microcefalia em fetos.

No caso da epilepsia, outro dos temas em debate, existe a necessidade de centros diferenciados de referenciação, para a realização da cirurgia em casos específicos e de especial complexidade.

"Na área da Esclerose Múltipla existe um claro problema de acesso à medicação. Os medicamentos disponíveis são extremamente dispendiosos, por isso a disponibilização dos medicamentos inovadores tem de ser realizada de uma forma rigorosa", alerta em comunicado a presidência do congresso.

A doença de Parkinson será outra patologia abordada, bem como a articulação em rede com os centros de diagnóstico, com novos tratamentos como por exemplo a cirurgia de Parkinson, que envolve uma equipa multidisciplinar altamente diferenciada e os hospitais têm também ser de referência.

"Por outro lado, existe também um problema na área da fisioterapia, dado que esta está limitada a um número fixo de sessões para determinadas patologias, no entanto, verifica-se que em muitos dos casos há um benefício para além desse período", lê-se na nota de imprensa.

O congresso de Neurologia reunirá cerca de 400 especialistas e terá a participação de vários personalidades científicas de vários países, como Hugh Willison da Universidade de Oxford, especialista nas complicações do Zika, Mário Siebler especialista suíço em patologia vascular cerebral e Joel Akri responsável pela rede de assistência aos doentes de Alzheimer em França.