À medida que as festas de fim de ano se aproximam, para muitas pessoas esta época pode não ser assim tão alegre.
De acordo com a psicóloga Maria Klien, "é preciso descobrir a origem deste sofrimento e encará-lo para superar o momento desafiador dos festejos natalícia. A única forma de dissolver um trauma é ao senti-lo", continua. "Entender que somos a soma de várias vivências que tivemos em idades diferentes e daí procurar quem no nosso interior vê o Natal como um momento desafiador", complementa.
"Vamos perceber que não é o adulto, mas a criança em nós, que se sentiu abandonada, ou que não se sentiu amada no Natal; o adolescente em nós, que conviveu com brigas de família ou sentiu o peso das ausências nesta época. A grande cura é permitir-se viver esse momento como adulto e dar à criança interior a segurança e o acolhimento que ela precisa - e, deste modo, vivendo essas duas fases ao mesmo tempo em nós, sermos capazes de virar essa página de dor", finaliza.
Cinco técnicas de autorregulação que utilizam o próprio corpo ou objetos simples para a retomada do equilíbrio:
Água fresca
Beber um copo com água fresca, borrifá-la no rosto, ou, ainda, tomar um rápido banho frio (o que for possível no momento) irá ajudar a reduzir a frequência cardíaca. Congele uma garrafa de água e carregue-a consigo para utilizar se for necessário.
Tapping
Leves "chapadinhas" ajudam-nos a "acordar" o corpo e a trazê-lo de volta ao momento presente. Experimente dar estas "chapadas" leves nos braços, nos ombros e no alto da cabeça.
Holding
Coloque a mão direita debaixo da axila esquerda e com o braço esquerdo abrace o outro braço por fora. É um auto-abraço. Ativa a memória de momentos de cuidados na infância e traz a sensação de segurança.
Aterramento
Apertar uma bolinha de stresse, abraçar um travesseiro ou envolver-se numa manta pesada são ações que podem promover alívio durante uma crise. Sentar-se numa cadeira ou no chão e pressionar as suas costas firmemente contra a parede ou o encosto da cadeira também podem ajudar imenso a "aterrar".
Movimente o corpo
Durante uma crise, vá para um ambiente em que possa estar sozinho (como uma casa de banho) e salte várias vezes ou dance. O importante é movimentar o corpo. Também pode correr se estiver ao ar livre e tiver condições para tal. Estes movimentos repetitivos são uma ferramenta eficaz de autodomínio, pois dissipam as toxinas e dão função para a adrenalina que está a ser gerada.
Maria Klien é natural do Brasil e vive em Portugal. A psicológa exerce a sua profissão há 20 anos, orientando-se pela investigação dos distúrbios ligados ao medo e à ansiedade. A sua atuação clínica integra métodos tradicionais e práticas complementares, visando atender às necessidades emocionais dos indivíduos nos seus universos particulares. Antes de descobrir que a psicologia era a sua verdadeira vocação, Maria andou em faculdades de gestão, pedagogia e direito (única que não concluiu). Foi durante uma pós-graduação em psicopedagogia e a atuação em escolas que a levou a trilhar os caminhos da psicologia. Realizou vários cursos complementares em terapias integrativas, terapias sistêmicas, comunicação não violenta e bioenergia, entre outros. Em março de 2025 irá concluir mais uma formação, desta vez em neuropsicologia, no Centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, principal instituição de referência na saúde privada do Brasil.
Como empreendedora, empenha-se em ampliar a oferta de recursos terapêuticos que favoreçam a saúde psíquica, promovendo instrumentos destinados ao equilíbrio mental e ao enfrentamento de questões que afetam o bem-estar psicológico de cada paciente.
Maria sofreu de transtorno do pânico ao longo de mais de 20 anos, fase em que esteve altamente medicada e sem autonomia, até dar início a um tratamento com cannabis que mudou a sua vida. A partir deste momento, decidiu estudar mais e empreender neste segmento. Atualmente, é sócia de duas empresas brasileiras no segmento de cannabis medicinal (CBFarma e NativaMed) e da Re-Age, uma empresa de soluções para a menopausa baseadas na ciência.
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