O incêndio foi declarado ao início da manhã no hospital Saint-Guéorgui (São Jorge) que, segundo a agência noticiosa TASS foi recentemente remodelado para acolher doentes com a covid-19. Segundo os bombeiros, foram retiradas 150 pessoas das instalações.

O governador de São Petersburgo, Alexandre Beglov, saudou o “heroísmo” do pessoal médico e auxiliar e que terá permitido evitar um grande número de vítimas.

“Começaram a evacuar imediatamente os pacientes para outros andares (…). Conseguiram cortar a energia elétrica e a alimentação de oxigénio do departamento, que permitiu evitar consequências mais graves”, disse.

Uma fonte indicou à agência noticiosa Interfax que “o núcleo do incêndio se situou na ‘zona vermelha’ de reanimação” do hospital, onde se encontram as pessoas contaminadas pelo novo coronavírus.

Pavel Danilov, procurador do distrito de Vyborg, onde está incluído o hospital, indicou por sua vez aos ‘media’ que “as pessoas mortas eram doentes do serviço de reanimação”.

O mesmo responsável revelou que quatro das vítimas estavam no mesmo quarto e o diretor do estabelecimento, Valeri Strejelets, precisou em conferência de imprensa que três destes doentes estavam ligados a respiradores artificiais.

“Estas máquinas foram recebidas em 01 de maio”, acrescentou. A quinta vítima estava hospitalizada num outro quarto.

O governador de São Petersburgo precisou que os resultados preliminares do inquérito se orientam para “um curto-circuito em equipamentos elétricos”.

“Um dos respiradores artificiais incendiou-se”, declarou, citado num comunicado da administração local.

A delegação local do ministério das Situações de Urgência indicou que o incêndio começou cerca das 06:00 locais (04:00 em Lisboa) no sexto andar do hospital situado no norte de São Petersburgo. Foi circunscrito pouco antes das 09:00 locais.

As autoridades já iniciaram um inquérito por “morte por negligência”.

Segundo a TASS, em meados de março o hospital Saint-Guéorgui “foi um dos primeiros da cidade a ser inteiramente repensado em hospital para doenças infecciosas”.

Este foi o segundo incêndio em poucos dias num hospital russo que acolhe doentes com a covid-19.

No sábado, uma pessoa morreu em Moscovo num estabelecimento com cerca de 700 internados. Segundo as agências noticiosas russas, o fogo foi declarado numa unidade de cuidados intensivos.

O observatório de saúde russo Rospotrebnadzor ordenou um controlo dos respiradores nos dois hospitais.

A pandemia do novo coronavírus continua em progressão na Rússia com 232.243 casos registados. A taxa de mortalidade é baixa (2.116 mortos no total), mas continuam a ser registados diariamente entre 10.000 e 11.000 casos de contaminação, sendo um dos países mais atingidos pela doença.

A Rússia assegura que a fraca taxa de mortalidade é designadamente devida às medidas preventivas como a despistagem em massa para isolar os casos suspeitos. Em março, também foi imposto o confinamento dos viajantes provenientes de países atingidos e ainda das populações em risco, e reorganizado o seu sistema hospitalar.

Diversas críticas, extensíveis a vários países, apontam para uma mortalidade subestimada, com a suspeita de as autoridades atribuírem outras causas às mortes de doentes com covid-19.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 286 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (80.684) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,3 milhões).

Seguem-se o Reino Unido (32.065 mortos, mais de 223 mil casos), Itália (30.739 mortos, mais de 219 mil casos), Espanha (26.920 mortos, mais de 228 mil casos) e França (26.643 mortos, mais de 177 mil casos).

Por regiões, a Europa soma mais de 157.700 mortos (mais de 1,7 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 85.700 mortos (mais de 1,4 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 21.500 mortos (mais de 384 mil casos), Ásia quase 11 mil mortos (mais de 307 mil casos), Médio Oriente mais de 7.700 mortos (mais de 233 mil casos), África quase 2.300 mortos (mais de 66 mil casos) e Oceânia com 125 mortos (mais de 8.200 casos).