
A doença bipolar é uma doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e mania. Essas viragens do humor, num sentido ou noutro, têm importante repercussão nas sensações, nas emoções, nas ideias e no comportamento da pessoa, com uma perda importante da saúde e da autonomia da personalidade.
Segundo os investigadores, "há muitos caminhos para esta doença e muitos caminhos através dela", comenta Melvin McInnis, um dos autores e o responsável pela equipa de investigação.
De acordo com o estudo iniciado em 2005, todas as pessoas que sofrem de distúrbio bipolar apresentam desvios ou perturbações em pelo menos um dos sete fatores que o desencadeiam, os chamados fenótipos.
Esses fenótipos são a cognição, personalidade e temperamento, abuso de álcool ou drogas, traumas ou outros acontecimentos marcantes da vida familiar e/ou íntima, hábitos de sono, alterações na sintomatologia e na resposta à medicação ao longo do tempo.
"Descobrimos que existem muitos mecanismos biológicos que geram a doença e muitas influências externas interativas sobre ela. Todos esses elementos combinam-se e definem a intensidade da doença à medida que os pacientes a experienciam", diz McInnis.
Estudo envolveu mais de um milhar de pessoas
As conclusões foram divulgadas este mês no "International Journal of Epidemiology", com base em dados de mais de 1.100 pessoas - 700 eram doentes bipolares - recolhidos ao longo de 12 anos.
Os cientistas descartam, no entanto, possíveis causas genéticas da doença bipolar. "Se existisse um gene com forte expressão tê-lo-iamos encontrado", conclui Melvin McInnis.
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