"Observámos que há umas células [não musculares], os miofibroblastos, que se aproximam da célula muscular e depositam uma proteína, a fibronectina, que desencadeia um sinal dentro da célula muscular que estimula o movimento do núcleo do centro da célula para a periferia", descreveu à Lusa Edgar Gomes, investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes.

Nas pessoas com lesões ou doenças musculares, o posicionamento do núcleo na periferia das células musculares, que são as maiores do corpo, não está correto.

No estudo, cujos resultados foram publicados na revista científica Developmental Cell, o grupo de investigadores debruçou-se sobre o músculo estriado esquelético, "o que existe em maior abundância no corpo" e que permite executar movimentos e exercer força, explicou Edgar Gomes.

Os cientistas diferenciaram no laboratório células musculares obtidas de ratinhos e socorreram-se da microscopia para acompanhar "a dinâmica do processo".

Segundo Edgar Gomes, que coordena o laboratório de Arquitetura Celular do IMM, proteínas como a fibronectina "podem agora ser potenciais alvos" para novas terapias para as distrofias musculares, doenças musculares hereditárias.