"Peço desculpas porque o resultado chegou a público de maneira inesperada", disse He Jiankui, em referência aos vídeos publicados no domingo no YouTube, durante uma conferência médica em Hong Kong. "Os testes clínicos estão em pausa por causa da atual situação", completou.

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O anúncio do nascimento de duas gémeas que tiveram o ADN alterado para torná-las mais resistentes ao vírus VIH/Sida recebeu muitas críticas em todo o mundo. Vários cientistas consideraram o ato uma "loucura".

Numa conferência médica desta quarta-feira, em um salão lotado, He Jiankui, explicou que oito casais — todos formados por um pai seropositivo e uma mãe seronegativa — se apresentaram de modo voluntário para fazer os testes, mas que um deles desistiu do procedimento.

Não há confirmação independente da reivindicação de He Jiankui, que tão pouco foi publicada ou examinada por outros especialistas. Alguns cientistas ficaram espantados ao terem conhecimento da alegação e condenaram-na com veemência.

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É "inconcebível... uma experiência em seres humanos que não é moralmente ou eticamente defensável", criticou um especialista em manipulação de genes da Universidade da Pensilvânia (Estados Unidos), Kiran Musunuru, e editor de uma revista de genética. "Isso é prematuro demais", declarou o diretor do Scripps Research Translational Institute (estado norte-americano da Califórnia), Eric Topol.

No entanto, um famoso geneticista, George Church, da Universidade de Harvard (estado norte-americano do Massachusetts), defendeu a manipulação de genes para combater o vírus do VIH-Sida, que apelidou de "uma grande e crescente ameaça à saúde pública". "Acho que isso é justificável", defendeu Church.