As mulheres contam com várias opções de controlo da natalidade, enquanto os homens têm as possibilidades mais limitadas: o preservativo e uma solução à priori, a vasectomia.
A vasectomia consiste num procedimento cirúrgico que interrompe o canal deferente, por onde transitam os espermatozoides, de maneira a impedir que o esperma se una ao fluido ejaculado durante o ato sexual. Se for bem feito, o procedimento é reversível, ainda que a longo prazo haja casos documentados de esterilidade.
Os cientistas norte-americanos estão a desenvolver uma possível alternativa, um gel chamado Vasalgel, que demonstrou ser eficaz em coelhos e, agora, também em macacos rhesus, uma espécie mais próxima da espécie humana.
Dezasseis macacos adultos foram tratados com o gel injetável no California National Primate Research Center.
Os animais, que vivem ao ar livre com fêmeas de fertilidade comprovada, foram controlados por um período de até dois anos. "Os machos tratados não tiveram nenhuma concepção desde as injeções de Vasalgel", afirmam os cientistas no artigo publicado na revista especializada Basic and Clinical Andrology.
A taxa de gestação esperada nas fêmeas que vivem com o grupo deveria ter sido de 80%, segundo os cientistas.
Os animais toleraram o gel, que apresentou poucos efeitos secundários, informaram os autores do estudo.
Um dos 16 macacos apresentou sintomas de granuloma espermático (acumulação de esperma no canal deferente), uma complicação registada, segundo os cientistas, em 60% dos casos de vasectomia em humanos.
A reversibilidade do método ainda não foi testada nos macacos, apenas nos coelhos, com a remoção do gel através de uma solução de bicarbonato de sódio.
Está a ser preparado um ensaio clínico com humanos, de acordo com a Fundação Parsemus, uma organização sem fins lucrativos que financia o desenvolvimento do produto.
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