As descobertas, publicadas no Journal of the American College of Cardiology, baseiam-se em dados de 96.000 homens e mulheres chineses. As condições de saúde foram classificadas como "'ideal", "intermediária" ou "precária" de acordo com sete comportamentos e fatores de estilo de vida estabelecidos pela Associação Norte-americana do Coração (American Heart Association, em inglês): tabagismo, índice de massa corporal, atividade física, dieta, colesterol, pressão arterial e glicose.

Apenas 0,2% dos homens e mulheres do país mais populoso do mundo apresentou condições cardiovasculares de saúde "ideais", segundo o estudo.

Apenas cinco por cento dos homens e 22% das mulheres alcançaram condições "ideais" em quatro fatores de saúde: índice de massa corporal, prática de atividade física, dieta saudável e não fumar.

As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte na China e a incidência de diabetes no país duplicou na última década.

"Sem uma intervenção efetiva, as doenças cardiovasculares vão tornar-se epidémicas num futuro próximo na China", mostrou o estudo liderado por Yufang Bi e o co-autor Guang Ning, da escola de medicina da universidade Jiao-Tong, em Xangai, China.

"Dos sete indicadores observados, aderir a uma dieta saudável era o menos comum entre todas as estatísticas médicas cardiovasculares, atingindo apenas 1,6% dos homens e mulheres", disse o estudo.

Os médicos pediram à China que adote um plano nacional de combate às doenças cardiovasculares para ajudar a melhorar a saúde dos cidadãos.

"Embora a China seja muito avançada no campo tecnológico, o país enfrenta um fardo terrível com as doenças cardiovasculares, como demonstrado neste e em outros estudos", disse Valentin Fuster, editor-chefe do Journal of the American College of Cardiology.

"O país beneficiaria se houvesse uma abordagem estratégica a nível nacional, focada em atenuar cada um dos fatores de risco, ao lado de esforços educacionais regionais e individuais", acrescentou.