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Investigadores defendem que lentidão não está associada a um declínio do processo cognitivo
22 de janeiro de 2014 - 10h07
Uma nova investigação baseada em testes de computador sugere que o cérebro dos idosos é mais lento por causa do excesso de informação acumulado ao longo dos anos. O estudo contradiz a opinião de parte da comunidade médica que defende que as conexões cerebrais são prejudicadas com o avanço da idade.
O estudo foi publicado na revista científica Journal of Topics in Cognitive Science e para estes cientistas o cérebro dos mais velhos funciona como se fosse um "disco rígido de computador" que, repleto de dados, demora mais tempo para aceder aos mesmos.
Para estes investigadores, essa lentidão não está associada a um declínio do processo cognitivo.
"O cérebro humano funciona mais devagar com a idade", afirmou Michael Ramscar, responsável pelo estudo, "somente porque nós acumulamos mais informação com o passar do tempo", citado pela BBC.
"Os cérebros das pessoas mais velhas não ficam mais fracos. Simplesmente sabem mais", acrescentou.
Para comprovar a tese, a equipe liderada por Ramscar, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, programou um computador para ler uma certa quantidade de dados por dia, bem como para aprender novas palavras e comandos.
Quando os pesquisadores instruíram o computador para "processar" uma grande quantidade de dados, a performance nos testes cognitivos assemelhou-se à de um adulto.
Mas à medida que o computador foi exposto a novas palavras e comandos, a performance do mesmo mostrou parecenças com o cérebro de um homem mais velho.
Os cientistas concluíram, então, que a maior lentidão da máquina não estava associada a uma eventual redução da sua capacidade cognitiva, mas "experiência" acumulada acabou por ampliar o banco de dados do computador, o que lhe obrigou a processar mais dados, demorando mais tempo.
SAPO Saúde
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