Mais de metade dos doentes em unidades de cuidados intensivos por causa da COVID-19 têm agora menos de 55 anos, uma mudança de panorama face aos números pré-vacinação, informa o presidente da comissão de acompanhamento da resposta em medicina intensiva, João Gouveia, citado pelo jornal Público.

O referido meio de comunicação escreve hoje que cerca de um terço dos doentes com COVID-19 internados em UCI na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) já tinha iniciado o processo de vacinação, tendo recebido uma dose.

"A vacinação não é a única arma e só por si não chega. É preciso acelerar o processo de vacinação e avançar com medidas para reduzir francamente a transmissão, sobretudo dentro de Lisboa", frisa o especialista.

LVT concentra atualmente quase 70% do total de casos de pessoas em estado crítico no país. Vários especialistas têm recomendado a aceleração do processo de vacinação uma vez que a proteção contra a doença só se torna robusta duas a três semanas após a segunda dose da vacina.

Já ontem a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu que se vacinasse mais gente e mais rápido.

A alemã, que é médica, considerou que é apenas "uma questão de tempo" até que a variante Delta se torne dominante no continente. "É importante continuar a vacinar o mais rápido possível", frisou.

A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 3.875.359 mortos no mundo, resultantes de mais de 178,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.074 pessoas e foram confirmados 866.826 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.