A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC)
considera que todos os centros de cardiologia em Portugal avaliados pela
Entidade Reguladora da Saúde (ERS) são de excelência clínica,
comentando que se tratam de unidades "de topo no tratamento do enfarte".

“A
leitura de que em Portugal não há centros de excelência em cardiologia a
tratar enfartes não é uma ideia correta. Pelo contrário, todos os
centros participantes na análise da ERS receberam notas elevadas”,
defendeu o presidente da APIC, o cardiologista Hélder Pereira, em
declarações à agência Lusa.

No sábado, foram divulgados pela ERS
os dados de avaliação dos hospitais e, em matéria de excelência clínica,
nenhum dos hospitais recebeu as três estrelas possíveis nas áreas de
cardiologia e neurologia.

A APIC comenta que, devido à
metodologia do estudo, nenhuma unidade surge com três estrelas na
cardiologia porque todos “foram muito bons e nenhum se destacou”.

Ou
seja, é precisamente pelo facto de todos os centros avaliados terem
obtido excelentes classificações que leva a que nenhum se destaque.

“A metodologia atribui três estrelas àquele que mais se destacar. Como
nenhum se destacou da média dos outros nenhum recebeu três estrelas. Só
haveria centros de cardiologia com nível excelente se as classificações
relativas entre eles fossem diferentes, se houvesse uns muito bons e
outros menos bons”, explicou.

Enquanto nas outras especialidades
se verificaram diferenças, diz Hélder Pereira, na cardiologia todas as
unidades avaliadas já tinham atingido os parâmetros analisados pela ERS.

O cardiologista sublinha que Portugal dispõe de centros de cardiologia
de topo no tratamento do enfarte, nomeadamente através do Programa da
Via Verde Coronária, que permite orientar rapidamente os doentes com
enfarte para as unidades especializadas no tratamento destes eventos.

Lusa

2012-08-8