“Os países da UE e do Espaço Económico Europeu devem garantir a aplicação de medidas rigorosas e oportunas de prevenção e controlo de infeções em torno dos casos detetados […], a fim de evitar uma maior disseminação na comunidade e nos serviços de saúde”, vinca o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, sigla em inglês) numa comunicação feita esta manhã na sua página na Internet.
De acordo com este organismo da UE, se os Estados-membros adotarem tais medidas, “a probabilidade de uma maior disseminação […] é considerada baixa”.
Por esta razão, o ECDC manteve na categoria de ‘moderado’ o risco de contágio deste coronavírus na UE, após uma nova avaliação feita no domingo, que se seguia a duas outras feitas, respetivamente, há uma e há duas semanas.
Nessa avaliação, este centro europeu considerou, então, ser ‘moderada’ a possibilidade de importação de casos adicionais para os países da UE e do Espaço Económico Europeu, bem como de contágio de cidadãos europeus que residem ou visitam Wuhan, na China, onde o surto terá começado.
Falando sobre a situação na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, o porta-voz do executivo comunitário Stefan de Keersmaecker indicou que, “hoje à tarde, haverá uma reunião do comité de saúde e segurança, também no seguimento da avaliação de risco feita pelo ECDC, e nessa reunião serão discutidos os últimos desenvolvimentos, tendo em conta os primeiros casos confirmados na UE, em França, no fim de semana”.
De acordo com este responsável, “um importante tópico que será discutido nesta reunião diz respeito às medidas preventivas adotadas pelos Estados-membros, incluindo a nível hospitalar, para lidar com possíveis novos casos, formas de comunicar à população conselhos de viagem e de prevenção e ainda a coordenação das respostas”.
Stefan de Keersmaecker não adiantou se, desta reunião, sairá algum aviso adicional.
Já questionado na ocasião sobre a possível retirada de cidadãos europeus das províncias chinesas mais afetadas pelo coronavírus, o porta-voz disse que essa é uma decisão que cabe aos Estados-membros.
“Se houver uma decisão nesse sentido, a Comissão está pronta para apoiar”, concluiu.
A China elevou hoje para 80 mortos e mais de 2.700 infetados o balanço do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
As autoridades anunciaram 24 novas mortes desde domingo na região de Hubei, mas não registaram óbitos provocados pelo vírus fora daquela província.
Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá. As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.
As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.
O Governo decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população. Está também a construir duas unidades hospitalares de raiz para fazer face ao novo surto.
O diretor da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, é esperado em Pequim para discutir a situação com as autoridades chinesas.
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