“Nós precisamos que o próximo orçamento não só aumente o orçamento para a saúde, como aumente o orçamento do Serviço Nacional de Saúde, capacitando os serviços que respondem a todos nós e não continuando a aumentar o setor privado da saúde, que tem toda a legitimidade de existir, tem é de existir com dinheiro privado e não com dinheiro público”, adiantou.

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Catarina Martins falava aos jornalistas na Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores, à margem de uma reunião com o presidente do município, em resposta a uma pergunta sobre as declarações do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, a propósito da hipótese de demissão do diretor clínico e dos 51 chefes de equipa do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.

Na segunda-feira, Miguel Guimarães disse ser “fundamental” que o Governo dê um “sinal positivo” de que vai haver mudanças na saúde, caso contrário os chefes demissionários abandonam funções em 06 de outubro.

Cresceu, mas não cresceu o suficiente para colmatar o desinvestimento enorme dos últimos anos

“Há aqui sinais que podem, desde já, ser dados. Se não for dado nenhum sinal fica tudo na mesma e os profissionais não têm condições para continuar a chefiar os serviços”, salientou, reivindicando a realização de obras e a aquisição de equipamentos no centro hospitalar, bem como a substituição do presidente do conselho de administração.

Um OE que recupere o investimento na saúde

Questionada sobre o pedido de “sinais” no próximo Orçamento de Estado, Catarina Martins disse que o orçamento da Saúde “cresceu, mas não cresceu o suficiente para colmatar o desinvestimento enorme dos últimos anos”.

“Temos dito que o próximo Orçamento de Estado tem de ser um Orçamento de Estado que recupere o investimento em serviços públicos, desde logo em saúde”, salientou.

A dirigente do BE sublinhou a necessidade de reforçar o orçamento do Serviço Nacional de Saúde, alegando que há em Portugal uma situação de “predação do negócio privado da saúde do orçamento para a saúde”.

“Quatro em cada dez euros do orçamento do Ministério da Saúde em vez de irem para o Serviço Nacional de Saúde vão para contratualização com privados”, apontou.