17 de maio de 2013 - 09h32
Uma epidemia de sida sem precedentes continua a propagar-se na Rússia. O número de mortes e novos casos não para de aumentar, tornando a situação "crítica", segundo especialistas, que denunciam a falta de uma estratégia de prevenção do governo.
"A situação na Rússia é crítica. Estamos a aproximar-nos do que acontece em África", advertiu o diretor do Centro Federal russo de luta contra a sida, Vadim Pokrovski, durante uma entrevista citada pela agência France Presse, por ocasião do Dia Mundial da Memória das Vítimas de Sida, celebrado no próximo domingo.
Em 2012 foram registados 69.849 novos casos de infeções por HIV na Rússia, mais 12% do que em 2011 (62.384 casos), segundo dados oficiais.
O número de mortes aumentou de 18.414 em 2011 para 20.511 em 2012, um aumento de 11,4%.
"Não temos uma estratégia nacional. O Estado gasta 19 mil milhões de rublos (470 milhões de euros) anuais no diagnóstico e no tratamento das pessoas que já contraíram o vírus da sida, e só 200 milhões de rublos (5 milhões de euros) são destinados aos programas de prevenção", criticou Pokrovski.
O aumento do número de mortes na Rússia está associado ao facto dos doentes começarem os tratamentos antirretrovirais "tarde demais", uma vez que os médicos também hesitam receitar medicamentos caros demais, afirmou Pokrovski.
O especialista refe-se a "uma generalização da epidemia de sida", que não afeta apenas os grupos de risco, como toxicodependentes e prostitutas, mas todas as camadas da sociedade.

SAPO Saúde com AFP