"Esta espécie é frequentemente confundida com medusas (ou alforrecas) devido ao seu aspecto gelatinoso mas é, na verdade um sifonóforo. É constituído por um conjunto de vários indivíduos simbióticos (zooides), cada um com a sua função específica, que funcionam todos juntos como um único organismo", começa por explicar o IPMA em comunicado publicado online.

A caravela portuguesa apresenta longos tentáculos providos de umas estruturas venenosas, os cnidócitos, que libertam um veneno forte, quando em contacto com outros organismos. As toxinas libertadas por estes organismos causam reações cutâneas e dor intensa, mesmo quando os organismos já se encontram mortos. Assim sendo, é aconselhado que os utilizadores das praias mantenham a distância e não toquem nos organismos.

As caravelas portuguesas são organismos cosmopolitas que habitam águas quentes e temperadas de todos os oceanos. Em Portugal ocorrem avistamentos com mais frequência nos Açores e Madeira e na costa continental com alguma raridade, embora existam registos recentes.

A ocorrência de caravelas portuguesas é no entanto difícil de prever. A sua distribuição é fortemente influenciada por fenómenos atmosféricos e oceânicos, especialmente pelo vento, que dá boleia a estes organismos através do seu pneumatóforo, uma vesícula cheia de gás que se assemelha a um balão flutuante - daí a denominação "caravela portuguesa".

Alterações climáticas

Novas ocorrências destes organismos ou ocorrências mais frequentes poderão estar associados a processos de alterações climáticas, tais como o aumento da temperatura ou alterações dos padrões dos ventos, explica ainda o IPMA.

O IPMA solicita a que todos os que avistem estes organismos nas praias que tirem uma foto, indiquem o local onde o encontraram e enviem uma mensagem para plancton@ipma.pt.