No Dia Mundial do Cancro (DMC), o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP) alerta que, segundo dados da GLOBOCAN relativos a 2020, o cancro do pulmão é a principal causa de morte por doenças oncológicas em todo o mundo, observando-se o mesmo em Portugal. Esta é uma realidade que pode mudar, se todos os que se dedicam à área do cancro do pulmão unirem esforços para a sensibilização da população.
O cancro do pulmão continua a ser uma das doenças oncológicas mais frequentes no mundo. Informações da base de dados online GLOBOCAN, referentes a 2020, mostram que, em todo o mundo, o número estimado de novos casos de cancro do pulmão, para ambos os sexos e todas as idades, foi de 2.206.771, sendo apenas ultrapassado pelo cancro da mama, com a incidência situada nos 2.261.419.
Quando se olha para os dados de mortalidade, o cancro do pulmão ocupa o primeiro lugar do ranking, com 1.796.144 de mortes, um número bastante superior ao da segunda doença listada, o cancro colorretal, com 935.173 mortes.
“Esta diferença marcada prende-se com o diagnóstico tardio da maioria dos doentes, já em estado avançado, visto que os tumores torácicos podem desenvolver-se durante bastante tempo sem dar sintomas”, explica a médica Teresa Almodôvar em comunicado.
A presidente da Direção do GECP avança que “em Portugal, observa-se a mesma tendência na mortalidade”, com o cancro do pulmão em primeiro lugar no número estimado de mortes (388.973), seguido pelo cancro colorretal (249.144).
Comparando homens com mulheres, as estimativas apontam para uma incidência de cancro do pulmão 2,65 vezes superior no sexo masculino do que no feminino (3.933 versus 1.482). Mais ainda, estima-se que em 2020 a mortalidade por cancro do pulmão tenha sido 3 vezes superior nos homens do que nas mulheres.
“É importante lembrar que é possível (e necessário!) mudar estes números, desde logo com a alteração de comportamentos”, aponta a médica pneumologista.
O tabaco é o principal fator de risco para o cancro do pulmão, sendo que 85 a 90% dos novos casos são detetados em fumadores. Quer isto dizer que, diminuindo ou eliminando o tabagismo na população, poderemos também reduzir os números associados ao cancro do pulmão.
“A contaminação ambiental, fatores genéticos ou alterações moleculares também podem ser fatores de risco para cancro de pulmão, embora numa percentagem muito pequena”, salienta a Teresa Almodôvar. Por outro lado, “é fundamental unirmos esforços na consciencialização e educação da população, apostando em campanhas de alerta para as causas, sintomas e medidas de prevenção desta doença oncológica”.
Ao longo dos seus 22 anos de atividade, o GECP tem tentado promover a melhoria da qualidade dos serviços de saúde prestados aos doentes, algo igualmente essencial na redução dos números anteriormente referidos.
“Além disso, o desenvolvimento e o apoio à investigação clínica nesta área são objetivos do GECP e, por isso, queremos estabelecer pontes entre os vários Centros de Investigação e de Ensaios Clínicos, para que mais doentes possam ter acesso a tratamentos inovadores e a um seguimento mais personalizado, de acordo, não só com a sua doença, mas com as suas próprias característica”, finalizou a especialista.
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