27 de agosto de 2013 - 15h02

O presidente da Câmara Municipal de Arouca anunciou hoje que a autarquia complementará com mais 50% o salário base dos médicos de família que aceitem ocupar as quatro novas vagas do centro de saúde local.

A decisão está relacionada com a dificuldade que o equipamento vem registando nos últimos anos em fixar profissionais de medicina no seu serviço, já que os técnicos rejeitam ser colocados em Arouca devido à interioridade do concelho - localizado a cerca de 50 quilómetros do nó de Santa Maria da Feira da Autoestrada do Norte, o que representa 50 a 60 minutos de viagem quase integralmente por curvas serranas.

A falta de médicos motivou no último ano várias manifestações públicas de protesto por parte da população, pelo que José Artur Neves declarou que "esta é a solução que a autarquia encontrou para cativar médicos para o concelho e os ajudar a suportar as despesas de uma segunda residência em Arouca ou os custos da deslocação diária até à vila".

Se os médicos selecionados forem de Arouca, "mais ganham", porque o subsídio continuará a aplicar-se.

Segundo o presidente da câmara, esse apoio mensal estará em vigor durante três anos e poderá ser renovado por novos períodos, dado que "a autarquia tem uma situação financeira muito boa".

"O nosso saldo médio diário no banco ronda os cinco milhões de euros", realçou José Artur Neves.

A nova medida de incentivo foi, segundo o autarca, objeto de um protocolo com a Administração Regional de Saúde do Norte, à qual cabe agora a conclusão do concurso que criou 50 novas vagas para a região, das quais quatro específicas para o Agrupamento de Centros de Saúde de Arouca e Feira.

Depois, disse o presidente da câmara, é só fazer as contas: "Se o salário-base do médico for de 3.000 euros, nós damos-lhe mais 1.500. Já é uma ajuda muito agradável".

Lusa