Pedro Ribeiro (PS) disse à agência Lusa que a entrada na reforma de três médicos de família do centro de saúde de Almeirim vem agravar as dificuldades na prestação de cuidados de saúde primários no concelho.
O autarca sublinhou que tendo os três clínicos pedido a reforma há mais de um ano é lamentável que tanto a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo como o Ministério da Saúde não tenham conseguido resolver o problema.
“A Câmara Municipal avisou, fez propostas, apresentou alternativas, falou com médicos aposentados que estão disponíveis”, disse Pedro Ribeiro, lamentando a incapacidade da tutela em ultrapassar a questão legislativa que impede a contratação de médicos na reforma, uma medida que defende dever ser adotada temporariamente, enquanto não houver médicos suficientes.
Declarando-se contrário a que sejam os municípios a assumir custos que não são da sua responsabilidade, até pela desigualdade que representa para os cidadãos dos concelhos que não conseguem assumir esses encargos, Pedro Ribeiro considerou que “a realidade se impõe”, pelo que na próxima reunião do executivo camarário vai propor a assunção de apoios, nomeadamente casa e outras despesas até 500 euros, para contratação de médicos.
Segundo o autarca, esta será uma proposta a juntar à que fez há três meses à coordenadora do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria, no sentido de serem apresentados ao município os custos com a informatização das extensões de saúde para que os médicos possam aí dar consultas.
“A Câmara Municipal disponibilizou-se a pagar. Que não seja essa a desculpa”, disse, lamentando que até agora não tenha havido resposta.
Juntamente com essa proposta, o município de Almeirim propôs-se assumir os custos com as horas a mais que médicos que prestam serviço no concelho estão disponíveis para fazer nas extensões de saúde, aguardando apenas autorização para o poderem fazer.
Para Pedro Ribeiro, a situação no concelho é “efetivamente grave” e, se se juntar a degradação da prestação de cuidados no Hospital de Santarém, “então é caótica”.
O autarca lamentou que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, não tenha sequer respondido ao pedido de reunião feito há seis meses pela Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, à qual preside, para análise da situação da saúde na região.
Também a Comissão de Utentes da Saúde de Almeirim alertou esta semana para a situação “demasiado grave” que se coloca com a aposentação de mais três médicos no concelho, alertando que há já cerca de 6.000 utentes sem médico de família atribuído.
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