3 de junho de 2013 - 16h30
A Câmara Municipal da Guarda aprovou hoje uma moção, por maioria, na qual apela ao Governo que cumpra o projeto, o programa e o conteúdo funcional previsto para o Hospital Sousa Martins (HSM).
A moção, apresentada na reunião quinzenal do executivo pelo vereador independente Virgílio Bento, teve os votos favoráveis da maioria socialista, o voto contra do vereador Rui Quinaz (PSD) e a abstenção da vereadora Ana Fonseca (PSD).
"Esta Câmara Municipal não aceita que o distrito da Guarda seja mais uma vez prejudicado na área da saúde, exigindo ao senhor ministro da Saúde que seja respeitado o compromisso que o Governo assumiu para com o distrito e seja cumprido o projeto, programa e respetivo conteúdo funcional previsto para o HSM", lê-se no documento que vai ser enviado ao ministro da Saúde e à Administração Regional de Saúde do Centro.
A moção lembra que o HSM é, a nível nacional, "um dos que apresenta piores instalações físicas que, atendendo à sua idade, manifestam um estado de degradação acentuado", tendo ocorrido recentemente o fecho da cozinha "por falta de condições de salubridade".
Em 29 de maio de 2009, o então primeiro-ministro José Sócrates procedeu ao lançamento da primeira pedra do novo edifício e ao anúncio da requalificação das antigas instalações, é assinalado.
Com a mudança de Governo, segundo a autarquia, tudo aponta para que a Guarda fique "com meio hospital novo e o restante nas mesmas condições de sempre" e as novas instalações "terão de funcionar com mobiliário e equipamento com mais de 15 anos".
"Se abriram outros hospitais sem sobressaltos como Vila Franca de Xira, Loures, Lamego, etc., tendo sido respeitados os respetivos programas, na Guarda corremos o risco de ficar com meio hospital e com 1/3 do equipamento", refere-se na moção apresentada por Virgílio Bento.
O presidente da Câmara Municipal, Joaquim Valente, disse que a maioria socialista estava "totalmente de acordo" com a moção, alegando que o Governo do PS procurou "dotar a cidade com um equipamento de excelência".
Quando o atual Governo do PSD/CDS-PP chegou ao poder reformulou o projeto inicial e "a primeira coisa que fez foi cortar 40 milhões" relativos à segunda fase da obra, disse.
O vereador Rui Quinaz (PSD) votou contra, alegando que a moção "é pura demagogia", porque "está em curso a transferência de serviços para a nova unidade" e a sua inauguração está prevista para o mês de setembro.
A vereadora Ana Fonseca, também eleita pelo PSD, optou pela abstenção por discordar da apresentação da moção nesta fase e por considerar que a Guarda "tem sido seriamente prejudicada" pelos "sucessivos" recuos do projeto do hospital.
Lusa