A instituição brasileira receberá 3 milhões de dólares (2,7 milhões de euros) de um órgão do Ministério da Saúde dos Estados Unidos para realizar pesquisas e desenvolver uma vacina com o vírus inativado.

A transferência será feita através do acordo entre a Biomedical Advanced Research and Development Authority (Barda), dos Estados Unidos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS), firmado para a expansão da capacidade de pesquisa e produção de vacinas no Brasil.

A OMS também destinará doações de outros países e organizações para o expandir a produção do Instituto Butantan. As autoridades brasileiras informam que os recursos serão investidos em equipamentos e elementos essenciais para a produção da vacina.

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O acordo anunciado hoje também prevê cooperação técnica entre os especialistas dos Estados Unidos e do Brasil.

O diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, afirmou em nota que o órgão "já vem trabalhando no desenvolvimento de uma vacina de vírus inativado. Esse tipo de vacina tem desenvolvimento científico e tecnológico mais rápido e, por usar vírus não infetante, tem aprovação pelos órgãos reguladores".

A expectativa é que uma vacina contra o vírus Zika esteja pronta para testes em seres humanos no primeiro semestre de 2017.

No início deste ano a OMS declarou a proliferação do Zika como sendo uma emergência de saúde pública global após a doença ser associada à microcefalia, uma malformação congénita em recém-nascidos.

O órgão mundial da saúde indica que 61 países e territórios do mundo já registam transmissão continuada desta infeção e pelo menos outros 10 países registaram transmissão de Zika por via sexual.

O Brasil é o país onde o vírus está mais disseminado. O país teve 138.108 casos prováveis de Zika neste ano, segundo dados do Ministério da Saúde.

Também foram confirmados 1.616 casos confirmados de microcefalia associada ao Zika desde outubro do ano passado.