A decisão vai ser tomada, esta sexta-feira, na reunião do conselho executivo da LBP, sendo ainda avaliada qual a melhor data para o protesto, estando a ser considerados os dias 20, 21 e 22 de dezembro, disse à Lusa o presidente da Liga.
António Nunes lamentou a falta de diálogo por parte do Ministério da Saúde para resolver o problema da falta de ambulâncias devido aos constrangimentos nas urgências hospitalares e avançou que, caso os bombeiros não obtenham uma resposta até sexta-feira, as corporações vão recusar fazer o transporte de doentes com altas hospitalares durante três dias.
“Os bombeiros estão a ficar numa situação absolutamente caótica em relação a tudo o que se está a passar relativamente à emergência pré-hospitalar e à renegociação dos transportes de doentes não urgentes”, disse, dando conta que “há três reuniões essenciais”, designadamente com o INEM, direção executiva do Serviço Nacional de Saúde e secretário de Estado da Saúde para o transporte de doentes não urgentes.
António Nunes criticou o facto de a LBP “não conseguir um diálogo com os responsáveis do Ministério da Saúde para tentar resolver situações como transporte de um cadáver ou ir à porta de uma urgência de um hospital buscar um doente para outra urgência.
“Isto está a tornar-se numa situação mesmo complicada. Não queremos que ocorra uma situação em que dentro de uma ambulância dos bombeiros exista um desfecho trágico. Ninguém toma uma medida”, sublinhou, lamentando que o Ministério da Saúde “ainda não tenha respondido à carta de protesto” entregue pela LBP há 15 dias.
Como exemplo de situações que considera inaceitáveis, o presidente da LBP referiu os "vários casos de sinistrados que chegam a estar dentro de uma ambulância de um corpo de bombeiros 30 ou mais minutos a aguardar a indicação” do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM sobre qual o hospital para onde devem ser encaminhados de ambulância e do transporte de um cadáver para um hospital através do CODU.
“Na semana passada, uma pessoa morreu em casa e o CODU, porque não tinha médico para mandar ao local, manda os bombeiros transportar para as urgências do Francisco Xavier um cadáver com 10 ou 12 horas”, indicou.
António Nunes disse igualmente que há hospitais que não estão a deixar entrar nas urgência doentes que precisam de auxílio, deixando-os ficar à porta e têm de ligar para o CODU para que uma ambulância os transporte para a urgência de outro hospital.
“O Ministério da Saúde tem que se sentar à mesa com os bombeiros e perante os problemas tem que dar uma resposta, até pode ser eu não resolvo, mas então que diga isso e os bombeiros, perante um problema, têm como resposta não resolvo”, disse ainda.
O transporte de utentes com altas hospitalares acontece quando os doentes internados têm alta, mas muitos deles têm que ser transportados de ambulância para casa, lares de idosos ou unidade de retaguarda.
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