"O objetivo destas salas é vigiar o consumo de drogas, reduzir a partilha de seringas, evitar a propagação de doenças e introduzir os consumidores na rede de cuidados de saúde", afirmou à Lusa, após uma visita a diferentes locais e associações do Porto.

José Soeiro adiantou que, após a entregue de uma proposta à Câmara do Porto para a criação destas salas, irá realizar-se a 07 de março, pelas 21h30, no Teatro Rivoli, um debate aberto à população sobre esta temática.

"Queremos que, para já, se crie um grupo de trabalho com pessoas de diferentes áreas e que se elabore um modelo concreto de salas de consumo assistido para fazer o levantamento das necessidades existentes", disse.

Segundo o deputado bloquista, a cidade do Porto tem 1.600 pessoas a consumir drogas "a céu aberto" sem as "mínimas" condições de segurança, higiene ou saúde para os consumidores e para a comunidade.

"As pessoas, desde crianças a adultos, passam nas ruas e veem os consumidores a injetar-se e, por causa disto, é urgente intervir", salientou.

A taxa de propagação de doenças como hepatites e VIH entre os utilizadores de drogas está acima dos 26%, número que diminuiria com a existência de salas, entendeu.

"As salas não irão resolver definitivamente o problema da droga, mas seriam um passo importante para enfrentar a atual degradação", vincou.

E realçou: "as salas de consumo iriam possibilitar abrir uma porta para a desintoxicação dos consumidores, reduzir a sua mortalidade e dar-lhes maiores condições de segurança".

A criação destas salas está prevista na lei portuguesa há 15 anos, lembrando que países como Alemanha, Holanda ou Espanha já as puseram em prática e têm merecido avaliação positiva, frisou José Soeiro.