9 de setembro de 2013 - 09h22
Uma experiência em laboratórios norte-americanos revelou que ratinhos de laboratório engordavam ao receberem bactérias do aparelho digestivo de pessoas obesas e emagreciam ao receberem bactérias de pessoas magras, o que mostra que algumas bactérias que vivem no aparelho digestivo podem contribuir para a redução de peso. 
A descoberta feita foi divulgada na revista científica Science.
Os investigadores da Escola de Medicina da Washington de St. Louis, no Missouri, retiraram bactérias do aparelho digestivo de gémeros com uma característica peculiar: um era gordo e o outro era magro.
As cobaias que receberam a bactéria do gémeo obeso ganharam peso e acumularam mais gordura do que aquelas que receberam a bactéria do gémeo magro. Os cientistas utilizaram ratinhos criados em ambientes estéreis, garantindo a ausência de qualquer bactéria intestinal antes do estudo.
Por outro lado, dois ratinhos que receberam tipos diferentes de bactérias foram colocados no mesmo ambiente. Nesse caso, os dois ficaram magros, uma vez que as cobaias comem as fezes umas das outras. Os animais que receberam, no princípio, a bactéria do gémeo obeso, acabaram por adquirir a bactéria do gémeo magro através das suas fezes. Porém, isso aconteceu quando os dois ratinhos receberem uma dieta com pouca gordura e muita fibra. Quando submetidos a uma dieta rica em gorduras e pobre em fibras, os dois ganharam peso.
"Nós não jantamos sozinhos, nós jantamos com mil milhões de amigos, porque temos de considerar os micróbios que vivem no nosso intestino", comenta o professor Jeffrey Godon, da Escola de Medicina da Universidade de Washington.
De modo geral, as bactérias intestinais do gémeo magro estimularam uma produção maior de energia, prevenindo o depósito de gordura adiposa e, ao mesmo tempo, aumentando a quantidade de energia gasta.
Os cientistas acreditam que uma terapia de emagrecimento utilizando exclusivamente bactérias intestinais não funcionaria caso o paciente seguisse uma dieta rica em gordura.
Apesar disso, especialistas não acreditam que o transplante de bactérias de pessoas magras venha a ser uma terapia de emagrecimento viável, devido ao risco de se transportar doenças no processo.
Porém, o transplante de um grupo exato de bactérias que favoreçam o controlo do peso e a ingestão de alimentos que favoreçam a sua proliferação no intestino pode ser a chave para um corpo saudável.
SAPO Saúde com agências