Os três autarcas, André Martins (Setúbal), Álvaro Amaro (Palmela) e Francisco Jesus (Sesimbra) deslocaram-se hoje de manhã ao Ministério da Saúde, em Lisboa, como tinham prometido na sexta-feira, para que fosse agendada a reunião urgente que tinham pedido na sequência do encerramento da Urgência Pediátrica do CHS no início da semana passada.

Os autarcas dos três municípios da Arrábida foram recebidos pelo adjunto e pela chefe de gabinete do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e a reunião com o governante foi marcada para as 19:00 de dia 20 de dezembro.

Segundo o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, que falou à agência Lusa em nome dos três autarcas, “a solução prevista para dar resposta aos problemas do CHS — contratação da prestação de serviços — não é nenhuma solução”.

“A contratação de médicos tarefeiros é uma medida que ajuda a resolver problemas, mas não é solução. Para nós, o que é importante é que se encontrem soluções. E essas soluções são medidas que garantam a contratação de pessoal de recursos humanos – médicos, enfermeiros, técnicos hospitalares – para os quadros de pessoal, para que o CHS tenha capacidade para dar resposta às necessidades”, disse André Martins.

“Nós não nos podemos esquecer que só no concelho de Setúbal há mais de 50% dos cidadãos que não têm médico de família. E também não nos podemos esquecer que os centros de saúde no concelho de Setúbal não funcionam bem. E, quando há problemas, as pessoas dirigem-se às urgências dos hospitais”, acrescentou o autarca.

Questionado sobre a expectativa para a reunião com o ministro da Saúde, André Martins disse que não é importante saber se os três autarcas partem mais ou menos otimistas para o encontro, mas “encontrar medidas que ajudem a resolver os problemas do CHS”.

“A nossa expectativa é de que o senhor ministro nos diga que vão tomar medidas no sentido de ir de encontro a estas nossas preocupações, medidas que ajudem a resolver os problemas no imediato, mas que sejam também medidas que garantam o bom funcionamento e a capacidade de resposta dos serviços de saúde no futuro”, disse André Martins.

O Hospital de São Bernardo, que integra o CHS, tem vindo a registar dificuldades em diversos serviços devido à falta de médicos, designadamente nas urgências de Pediatria, Ortopedia e de Obstetrícia e Ginecologia.

Na terça-feira da semana passada, a unidade de Urgência Pediátrica do CHS acabou mesmo por ser encerrada durante uma semana, só reabrindo hoje de manhã.