O relatório do Conselho para o clima, organismo independente, revela que a Austrália, cujas emissões de carbono por habitante são as mais elevadas a nível mundial, passou do estatuto de líder para a cauda da tabela no domínio das energias renováveis, o meio mais clássico para lutar contra o aquecimento global.

“O futuro da indústria australiana das energias renováveis parece muito incerto, devido à falta de clareza política do governo federal na matéria”, refere o documento.

"Em 2014, os investimentos no setor das energias renováveis registaram uma queda de 70% em comparação com o ano anterior", acrescenta.

Desde a sua chegada ao poder, no ano passado, o primeiro-ministro conservador,

Tony Abbott, aboliu a taxa de carbono, introduzida pelo anterior governo, e defendeu o uso do carvão, na sua opinião crucial para a prosperidade económica.

Em contrapartida, o estudo revela que os dois maiores emissores de gases com efeitos de estufa, os Estados Unidos e a China, estão na liderança nos desenvolvimentos e investimentos nas energias renováveis, enquanto outros países optam cada vez mais por introduzir taxas de carbono.

Camberra tem tentado evitar que o tema das políticas sobre o clima figure na ordem do dia da reunião do G20 a decorrer em Brisbane, no próximo fim de semana.

A Austrália estabeleceu o objetivo de reduzir em 5% até 2020 o volume das suas emissões produzidas no ano 2000.

O governo pretende criar um fundo de 2,55 mil milhões de dólares australianos (1,4 mil milhões de euros) para incentivar as empresas a colaborarem.