A AstraZeneca, cujo produto "seria a vacina em massa para o primeiro trimestre" de 2021, pode garantir apenas 25% das mais de 100 milhões de doses prometidas, o que é "um verdadeiro problema" para os 27, declarou a diretora-geral da Saúde na Comissão, Sandra Gallina, perante os eurodeputados.
Apenas outras duas vacinas foram licenciadas na UE: a da Pfizer/BioNTech e a da Moderna e ambas devem fornecer um volume importante de imunizantes no segundo trimestre.
"Haverá muito mais doses no segundo trimestre, porque um novo contrato entrará em vigor" com a Pfizer/BioNTech, lembrou Gallina.
A BioNTech confirmou ontem a entrega para a UE de até 75 milhões de doses adicionais no segundo trimestre da vacina desenvolvida com a Pfizer.
O tom aumentou nas últimas semanas entre os líderes europeus e a AstraZeneca, que acumulou atrasos nas entregas da sua vacina anticovid. Este foi o terceiro fármaco a ser aprovado na UE, depois das da Pfizer/BioNTech e Moderna.
A AstraZeneca disse que não poderia entregar mais do que 25% das doses inicialmente prometidas à UE ainda no primeiro trimestre e atribuiu essa situação a uma "queda no desempenho" numa fábrica europeia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou no domingo que o laboratório entregará 40 milhões de doses no primeiro trimestre.
O anúncio desses atrasos alimentou, porém, especulações sobre as exportações para o Reino Unido de vacinas produzidas na UE, em detrimento das suas obrigações contratuais com Bruxelas.
O CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, garante que a empresa se comprometeu apenas em "fazer tudo o possível" para cumprir o seu contrato.
"Os calendários são obrigatórios, quando se trata do pedido de vacinas (...) Portanto, não vejo onde estão seus esforços", rebateu Gallina que também observou que, em virtude dos contratos entre a UE e os fabricantes de vacinas, "podemos receber os produtos, ou (um reembolso) pelas quantidades que pagamos".
A Comissão Europeia destinou 336 milhões de euros à AstraZeneca para desenvolver a sua vacina e aumentar a sua capacidade de produção, embora não tenha pago toda a quantidade encomendada.
"Não tenho a vacina, vocês não têm o pagamento da Comissão (Europeia)", resumiu Gallina.
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