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Ingestão de alimentos transgénicos acarreta riscos para a saúde, podendo provocar doenças
25 de fevereiro de 2013 - 10h59
A produtora alimentar Sovena, responsável pela distribuição de marcas como a Fula ou a Vegê, é a empresa com mais óleos alimentares geneticamente modificados em Portugal, acusou hoje a associação Plataforma Transgénicos Fora.
A conclusão advém de um estudo feito pela plataforma - cuja composição conta com membros como a Associação Portuguesa de Agricultura Biológica, a Associação de Defesa do Ambiente ou a Confederação Nacional da Agricultura – em 10 dos maiores hipermercados do país.
“Verificámos que a Sovena é a empresa produtora e distribuidora que é a maior responsável pela presença de transgénicos na alimentação de portugueses”, disse à agência Lusa a porta-voz da plataforma, Margarida Silva.
“Das 54 marcas diferentes que identificámos, mais ou menos um quarto usa transgénicos e a Sovena é a grande produtora dessas marcas”, avançou a mesma fonte.
Segundo Margarida Silva, a Sovena “precisa repensar aquilo que oferece aos portugueses, até porque circula muitas vezes o mito de que os transgénicos são mais baratos, mas aquilo que verificámos no global de mais de 200 referências de óleos é que o óleo mais barato de todos não tem transgénicos”.
Apesar de a inclusão de transgénicos (alimentos obtidos através da introdução de genes para produzir determinadas características) não ser proibida em Portugal nem na União Europeia, as associações que fazem parte da plataforma consideram que a sua ingestão acarreta riscos para a saúde, podendo provocar doenças.
“A prova maior que surgiu recentemente na literatura científica foi um estudo publicado num jornal de referência, que detetou uma relação direta entre a alimentação com transgénicos que foi dada a animais no laboratório e o aparecimento de tumores e outras perturbações muito graves do metabolismo”, adiantou Margarida Silva.
A plataforma decidiu verificar a existência de óleos alimentares – único alimento que, em Portugal, ainda contém ingredientes transgénicos – com este tipo de substância à venda nos hipermercados.
As conclusões do estudo apontam que o Intermarché é o pior numa lista de 10 avaliados, no que toca a discrepância entre a política anunciada de exclusão de transgénicos e a sua presença efetiva nas lojas, enquanto o Minipreço é o melhor.
A utilização de transgénicos nos óleos é cada vez maior, segundo a porta-voz da plataforma, o que se deve – segundo explicou – ao facto de, em todo o mundo, ser cultivada mais soja transgénica do que biológica.
Com os resultados da avaliação, a plataforma começou, entretanto, a fazer pressão para a necessidade de deixar de usar alimentos com ingredientes geneticamente modificados.
“Contactámos a AMI porque verificámos que a marca solidária SOS Pobreza incluía um óleo com soja transgénica e a AMI resolveu imediatamente deixar de comercializar este óleo geneticamente modificado”, afirmou Margarida Silva.
O objetivo do estudo não é fazer pressão sobre marcas e entidades, mas sim alertar os consumidores, salienta.
“O nosso objetivo é sobretudo disponibilizar aos consumidores informação detalhada que lhes permita escolher e assumir em consciência a sua decisão de consumir ou não transgénicos. A maior parte dos portugueses não se apercebeu ainda que os transgénicos chegaram ao nosso prato. Portanto, isto é sobretudo uma operação de consciencialização”, concluiu.
SAPO Saúde com Lusa
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