Os resultados finais indicam assim que 21 estados já aprovaram o uso recreativo de canábis.

Os eleitores de Arkansas, Dakota do Norte e Dakota do Sul rejeitaram as propostas de legalização nas eleições intercalares de terça-feira.

Defensores de drogas leves disseram que os resultados enviam uma mensagem aos legisladores em Washington sobre o apoio em todo o país à legalização.

“Um número crescente de eleitores reconhecem que a reforma da política da canábis é no melhor interesse da saúde e segurança pública, reforma da justiça criminal, equidade social e liberdade pessoal”, disse Toi Hutchinson, presidente e CEO do ‘Marijuana Policy Project’, em comunicado.

“As vitórias de legalização em nível estadual são o que é necessário para avançar a ‘agulha’ no nível federal”, acrescentou.

A votação estadual segue os movimentos do Presidente norte-americano, Joe Biden, em direção à descriminalização da canábis.

Biden anunciou no mês passado o perdão de milhares de norte-americanos condenados ao abrigo da lei federal por simples posse de canábis.

Defensores do uso de canábis disseram que o anúncio de Biden poderia impulsionar os seus esforços.

A medida aprovada no Missouri legalizará a canábis recreativa para adultos com 21 anos ou mais e eliminará registos de prisões e condenações anteriores por crimes não violentos relacionados com essa substância, exceto vendas a menores ou condução sob a sua influência.

“Isso apenas mostra que esta não é uma questão partidária. É algo que transcende as divisões partidárias”, disse John Payne, que liderou a campanha do Missouri para legalizar o uso da canábis.

Payne disse que espera que as vendas recreativas comecem no Missouri no início do próximo ano.

Por outro lado, os opositores disseram que vão trabalhar para limitar a implementação da legalização no Missouri.

“O diabo está nos detalhes e continuaremos ativamente envolvidos na implementação do Missouri porque não precisamos de outra grande indústria do tabaco a prejudicar as crianças do Missouri”, disse Kevin Sabet, presidente da ‘SAM Action’, um grupo anti legalização.

Maryland também fará mudanças na lei criminal e criará expurgos automáticos de condenações anteriores por posse de canábis.

Antes da eleição, a canábis recreativa era legal em 19 estados, e as sondagens mostravam oposição ao abrandamento da legalização.

Todos os estados com o tema da canábis recreativa nas urnas, exceto Maryland, votaram em Donald Trump nas eleições presidenciais de 2020.

Cerca de seis em cada 10 eleitores apoiam a legalização do uso recreativo da canábis em todo o país, de acordo com o VoteCast, uma extensa sondagem com mais de 90.000 eleitores realizada em todo o país.

“O apoio para acabar com a proibição da canábis nos estados está a espalhar-se como aconteceu com o fim da proibição do álcool”, disse Mason Tvert, sócio da VS Strategies, uma empresa de políticas e relações públicas de canábis.

Os cinco estados que votaram na terça-feira têm programas legais de canábis medicinal.