No final da reunião do Conselho de Ministros, a ministra da Presidência disse que foi decidido que o Porto é a cidade portuguesa que "apresenta melhores condições para acolher a sede daquela instituição".

"O Porto está mais próximo do centro da Europa, o Porto tem uma relação muito importante com o noroeste da Península com Espanha", disse.

Segundo o ministro da Saúde, Lisboa e Porto eram "ambas candidaturas muito fortes e competitivas". Contudo, acrescentou, a escolha do Porto justifica-se "pela dinâmica não só do tecido empresarial e económico mas também pela aposta nas ciências da saúde, nos polos de investigação, e pela nova centralidade que representa no eixo importante não apenas de Portugal e da Península".

O Porto tem "todas as condições" para acolher a sede da Agência Europeia de Medicamentos, incluindo "instalações logísticas" capazes de, com "um pequeno esforço de adaptação", acolher os cerca de 900 funcionários que atualmente trabalham na sede daquela agência em Londres.

O ministro rejeitou a ideia de que Lisboa apresentasse melhores condições logísticas para acolher a agência, afirmando que esse pressuposto "não corresponde à verdade". "É certo que podemos falar de ligações aéreas em menor quantidade (no Porto), também de outras condições de oferta mas uma instalação com estas características gera ela própria dinâmicas que suplantam essas necessidades".

Para o ministro, "o mais importante é perceber que o país precisa de se organizar num novo modelo do território e que este é um sinal importante que as competências que estão disseminadas a norte e a sul do país têm de ser potenciadas".

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Para o Governo, a candidatura do Porto oferece "o capital humano, as competências técnicas, científicas, industriais, a dinamização económica e o desenvolvimento extraordinário do porto nos últimos anos", disse o ministro da Saúde.

Quanto às possíveis localizações na cidade, o ministro da Saúde apontou que está sinalizado "um edifício na praça D. João I, que apresenta condições técnicas muito adequadas".

Ainda quanto à localização, Maria Manuel Leitão Marques disse que a opção do Governo pelo Porto, em detrimento da capital, visa "criar outros polos de desenvolvimento do país para ter um país mais coeso".

Inicialmente, Lisboa era a única candidata nacional, mas o Governo reabriu o processo de forma a integrar também o Porto. Praticamente todos os Estados-membros da União Europeia já apresentaram ou vão apresentar uma candidatura a sede da EMA.

Lisboa já é sede de duas agências europeias, a da Segurança Marítima e o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.