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Os transtornos do espectro autista afetam um em cada 100 nascimentos nos países ocidentais
10 de julho de 2013 – 08h33
Os anticorpos maternos que têm como alvo as proteínas no cérebro do feto podem desempenhar um papel no desenvolvimento de algumas formas de autismo, de acordo com um estudo publicado esta terça-feira.
Realizada em 246 mães de crianças com transtornos do espectro autista (TEA) e 149 mães de crianças saudáveis, a investigação mostrou que quase um quarto das mulheres do primeiro grupo tinham uma combinação diferente de anticorpos do que aquelas do segundo grupo.
Os TEA incluem variedades diferentes de autismo, entre elas a síndrome de Asperger, que afeta crianças muito inteligentes, mas com grande dificuldade em interagir socialmente.
Os anticorpos são proteínas essenciais para o sistema imunológico, uma vez que detetam e neutralizam substâncias estranhas ao corpo, como vírus e bactérias.
As mulheres grávidas passam os seus anticorpos para o feto, permitindo-o defender-se de infeções até aos 6 meses de idade, enquanto o seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento.
Mas as mães podem também, de acordo com o estudo publicado na revista Translational Psychiatry, transmitir anticorpos que impedem que o cérebro se desenvolva corretamente.
"Descobrimos que 23% das mães de crianças autistas têm anticorpos contra proteínas que são necessárias para um desenvolvimento neurológico saudável", explicou à AFP Judy Van De Water, autora do artigo, professora da Universidade da Califórnia. Esses anticorpos não estavam presentes em mães de crianças não-autistas.
Os TAE afetam um em cada 100 nascimentos nos países ocidentais e os meninos são três vezes mais afetados do que as meninas.
O objetivo agora é encontrar marcadores capazes de identificar o risco de TEA, o que permitiria "uma intervenção precoce" para ajudar crianças com autismo para "melhorar o seu comportamento e capacidades", observa Van de Water.
SAPO Saúde com AFP
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