Uma equipa de cientistas baseada na universidade britânica de Warwick publica hoje um estudo no boletim Molecular Autism em que refere ter encontrado uma relação entre as doenças do espectro do autismo ao analisarem o sangue de crianças diagnosticadas com essas doenças.

As proteínas do plasma sanguíneo dessas crianças apresentaram marcas de oxidação e alterações provocadas por açucares.

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"Esperamos que as análises revelem novos fatores causais. Com mais testes, poderemos revelar perfis específicos no sangue e na urina das 'impressões digitais' de compostos com modificações. Isto poderá ajudar-nos a melhorar o diagnóstico das doenças do espectro do autismo e descobrir novas causas", afirmou a docente de Biologia Experimental Naila Rabbani.

Causas genéticas e autismo

Em 30 a 35 por cento dos casos de autismo foram reportadas causas genéticas, enquanto o resto dos casos deverá estar ligado a uma combinação de fatores ambientais, mutações e variantes genéticas raras.

A investigação centrar-se-á agora em mais grupos de crianças, para confirmar a fiabilidade dos diagnósticos e determinar se o teste consegue detetar precocemente as doenças, determinando como poderão evoluir e se os tratamento resultam.

Na investigação participaram ainda a universidade de Birmingam, a de Bolonha, Itália, o Instituto de Ciências Neurológicas de Bolonha e a Fundação Don Carlo Gnocchi.

Autismo em Portugal

Em Portugal, estima-se que o autismo afete cerca de 1 em cada 1000 crianças em idade escolar, com um valor um pouco mais elevado nos Açores (1,56/1000) do que no Continente (0,92/1000) e com predomínio no sexo masculino.

Não existe uma causa específica, mas admite-se que o autismo resulte de anomalias na estrutura ou na função do cérebro. Com maior frequência, têm vindo a registar-se casos de autismo em crianças portadoras de algumas síndromes genéticas, na esclerose tuberosa, rubéola congénita e na fenilcetinúria.

As alterações comportamentais típicas do autismo podem ser ou não aparentes na infância (18 a 24 meses), mas são de um modo geral mais evidentes entre os 2 e os 6 anos.