“A partir de 07 janeiro vai haver consultas presenciais aos sábados nas extensões de saúde, que vão funcionar de forma rotativa”, explicou o vereador com o pelouro da Saúde na Câmara de Alenquer, Paulo Franco, à agência Lusa.

Apesar de não ter competências na gestão dos recursos humanos, este município do distrito de Lisboa efetuou contactos com médicos e promoveu reuniões com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Estuário do Tejo e autarcas com o intuito de encontrar soluções para o problema da falta de médicos.

O autarca adiantou que, a partir de 2023, os utentes sem médico de família iriam deixar de ter consultas presenciais dentro do concelho e seriam reencaminhados para os centros de saúde de Benavente e da Póvoa de Santa Iria, em Vila Franca de Xira, concelhos limítrofes.

“O município não aceitou porque temos 30 mil utentes, cerca de 70% do total de utentes do concelho, sem médico de família e é um número muito grande”, sublinhou.

Segundo o vereador, cabe à ARSLVT e ao ACES do Estuário do Tejo assegurar os custos com o pagamento de horas e implementar o processo.

Contactada pela Lusa diversas por telefone para confirmar e prestar mais esclarecimentos, a diretora do ACES do Estuário do Tejo, Sofia Theriaga, não respondeu.

“Trata-se de uma medida de recurso, que não resolve o problema de base, uma vez que o número de consultas continua a ser inferior às necessidades verificadas. No entanto, a autarquia, embora não seja sua competência, continua a diligenciar no sentido de conseguir um número maior de médicos para o projeto de consultas presenciais, aos sábados”, acrescentou Paulo Franco.

De acordo com a página na Internet do Bilhete de identidade dos Cuidados de Saúde Primários, Alenquer tem cerca de 41 mil utentes, dos quais cerca de 26 mil estão sem médico de família.

Na extensão de saúde do Carregado, com quase 13 mil utentes, nenhum tem médico de família.