“Está a ocorrer uma intrusão de uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África originado uma situação de fraca qualidade do ar com elevados níveis de partículas inaláveis (PM10)”, refere a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em comunicado.
A APA avança que a ocorrência começou ao início da manhã de hoje na região do Norte, prevendo-se que se estenda às regiões do Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo, com um agravamento para quarta-feira a todo o território continental.
Segundo a APA, as nuvens de poeira devem diminuir de intensidade a partir de quinta-feira.
A APA explica que este é “um fenómeno que ocorre quando a massa de ar contendo elevadas concentrações de poeiras é transportada a grandes distâncias de regiões áridas e semiáridas, podendo atingir altitudes mais baixas, chegando ao nível do solo, como é o caso situação que está já a ocorrer na região Norte interior do país”.
A Agência Portuguesa do Ambiente indica também que “este poluente tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações, devendo ser seguidas as recomendações específicas da Direção-geral da Saúde”.
Efeitos na saúde humana
A Direção-Geral da Saúde admitiu hoje que se verifica "uma situação de fraca qualidade do ar no Continente, com maior expressão nas regiões Norte e Centro". "Esta situação deve-se à intrusão de uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África, que transporta poeiras em suspensão e que atravessa Portugal Continental, aumentando as concentrações de partículas inaláveis de origem natural no ar", lê-se no website.
"Este poluente (partículas inaláveis – PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações", indica.
Já a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) diz: "Deve-se minimizar a exposição ao ar livre nos próximos dias, evitando, ainda mais, a exposição a fatores desencadeantes dos sintomas e/ou irritantes brônquicos - pós, fumo de tabaco ou outros, produtos irritantes, alérgenos específicos".
"Face às mais recentes alterações do ar atmosférico sentido em Portugal, e dada a potencial influência desse fator na saúde respiratória da população, em particular dos doentes asmáticos", os especialistas da SPP recomendam que se "devem evitar esforços prolongados, particularmente se atividade física ao ar livre".
"Os doentes asmáticos devem cumprir na íntegra a sua medicação inalatória de controlo habitual ou, em caso de esquema terapêutico de SOS, reforçar a sua utilização - seguir o plano de ação definido e em caso de agravamento das queixas respiratórias com má resposta às terapêuticas de alívio, deverão entrar em contacto com os cuidados de saúde (local habitual de seguimento ou a Linha Saúde 24 - 808 24 24 24)", lê-se na nota.
"A CTAR da SPP reforça a importância do controlo da Asma e da Rinite, a não existência/aceitação de sintomas persistentes, limitação funcional nem agudizações, fatores esses ainda mais determinantes numa altura de maior risco inalatório", conclui.
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