Comemora-se hoje, 8 de março de 2022, o dia internacional da mulher, como de resto sucede sempre, e há muito, nesta data.
A ligação concreta entre aquela data e a comemoração não tem sido consensual e, inicialmente, existiram mesmo outras datas no início do século XX para essa comemoração. Desde a década de 70 do século passado a Organização das Nações Unidas (1975) declarou, solenemente esse dia, como o dia dessa comemoração que, como referido, já vinha a ser comemorado.
Apesar de alguma controvérsia sobre as razões da escolha desse dia e do que está na sua origem, tudo leva a crer que essa escolha se relaciona com o trabalho da mulher e a luta pela melhoria das condições de trabalho. De facto, atribui-se a Clara Zetkin, activista comunista, no início do século XX, a sugestão de um dia para essa comemoração1.
E que relação terá a Saúde Ocupacional com essa comemoração?
Na sua origem estão acontecimentos relacionados com “a Mulher e o Trabalho” muito alicerçados em movimentos de natureza sindical relacionados com exigências de melhores condições de trabalho. Se bem que o foco se situe mais em horários de trabalho e em exigências salariais, as más condições de trabalho também, como é sabido, terão sido avocadas.
A Saúde Ocupacional também se relaciona com as condições de trabalho, ainda que centradas na perspectiva da saúde (e na segurança) de quem trabalha. Interprete-se, a prevenção individual e ambiental das doenças profissionais e dos acidentes de trabalho.
Será que, para além da comemoração, estamos a fazer o necessário para que essas relações e interdependências não coloquem a saúde das trabalhadoras em risco?
Não seria também essa forma de comemorar totalmente desejável?
Já existirá total equidade salarial para homens e mulheres no sector secundário?
Parece, no mínimo, que poderíamos fazer muito mais por melhorar as condições de trabalho de homens e mulheres, seguramente com o contributo da Saúde (e Segurança) Ocupacional(ais), sistematicamente desvalorizada no mundo do trabalho e tanto mais quando menos diferenciados são os (e as) trabalhadore(a)s.
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