“O glaucoma pode desenvolver-se num ou em ambos os olhos. Inicialmente, o glaucoma não apresenta qualquer sintoma, não provoca dores e a visão não sofre alterações", frisa o especialista Pedro Faria, Coordenador do Grupo Português do Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) e médico oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

"À medida que o glaucoma avança sem tratamento, os doentes perdem de forma gradual e irreversível os seus campos visuais. A visão periférica vai-se perdendo e os doentes sentem que começam a ver ‘através de um túnel’. Com o passar do tempo, essa visão central também pode diminuir, até ser atingida a cegueira total", sublinha.

"O tratamento permitirá atrasar ou idealmente impedir a progressão desta doença; o seu diagnóstico atempado é fundamental, mas também um acompanhamento regular, medindo a pressão intraocular e realizando exames (OCT e campos visuais) para confirmar que esta se mantém estável", alerta.

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) alerta a população portuguesa para a dificuldade da cura da perda de visão causada por esta doença. "Não existe cura para a perda de visão causada por esta patologia", adverte.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível nos países desenvolvidos.

Fatores de risco do glaucoma

Qualquer indivíduo, sobretudo a partir dos 40 anos ou com antecedentes familiares, pode desenvolver glaucoma. Para além disso, são também fatores de risco a raça negra (mais frequente e com casos mais graves), alta miopia e doentes medicados com corticoides.

Neste sentido, a consulta regular com um médico oftalmologista para efetuar uma avaliação ocular aprofundada, medir a pressão ocular e medir o estado do nervo ótico é um comportamento essencial no que toca à prevenção.