1. São múltiplos os fatores de risco do Cancro da Mama. 20 a 40% podem ser evitados.

Existem dois tipos de fatores de risco para o Cancro da Mama, os modificáveis e os não modificáveis.
Os últimos são aqueles que não conseguimos mudar com alterações de atitudes e comportamentos, como é o caso do género, da idade, da história familiar, do ambiente hormonal, da densidade mamária ou da exposição a radioterapia (por exemplo, no tratamento de outras doenças oncológicas). Entre os fatores de risco modificáveis, encontramos o estilo de vida ocidental e com ele comportamentos de sedentarismo, stress, excesso de peso, consumo de processados, consumo excessivo de álcool e tabagismo, entre outros.

Mais sobre fatores de risco e como podem ser evitados aqui.

2. São 5 os principais tipos de Cancro da Mama. Para cada um deles, existem tratamentos e terapêuticas diferentes.

O diagnóstico de Cancro de Mama é confirmado através de uma biópsia realizada por uma equipa de Anatomia Patológica. A análise dessa biópsia determinará a malignidade do tecido e permitirá à equipa perceber qual o tipo de cancro detetado – Luminal A, Luminal B HER2 negativo, Luminal B HER2 positivo, Não Luminal HER2 positivo ou Triplo Negativo. Para cada um deles, são identificados os tratamentos e as terapêuticas que melhor se adaptam.

3. O Cancro da Mama Metastático distingue-se pela disseminação da doença.

Fala-se de Cancro da Mama Metastático, ou Avançado, quando a doença se disseminou para além do tumor primário, neste caso na mama, para outras partes do corpo. Por se tratas de um cancro em fase avançada, na impossibilidade de o curar, a pessoa terá de viver com ele para o resto da vida. Passamos a falar de doença crónica.

4. Os progressos na Medicina têm aumentado consideravelmente a esperança e a qualidade de vida.

Nos últimos anos, os progressos na Medicina têm contribuído para que um diagnóstico de Cancro da Mama Metastático não seja uma sentença de morte, mas sim uma condição: os tratamentos aplicados atualmente permitem que encontremos cada vez mais sobreviventes com Cancro da Mama Metastático a viver uma vida mais longa e de melhor qualidade. São cada vez mais personalizados e adaptados a cada subtipo de Cancro de Mama, o que os torna mais eficazes e reduz os efeitos secundários.

5. A reintegração na sociedade é fundamental no controlo da doença.

Cancro da Mama é especialmente incidente em mulheres entre os 45 e os 55 anos, um período delicado em que as suas vidas profissionais e familiares são particularmente ativas. Apoiar e integrar estas sobreviventes na sociedade será tão importante como a gestão da própria doença.

6. Viver com Cancro da Mama Avançado implica, também, fazer a gestão emocional e psicológica da doença.

Motivação, conforto e segurança vão ser a chave para um regresso de qualidade à rotina – haverá, certamente, momentos de insegurança, dúvidas ou desconforto físico que, felizmente, poderão ser amenizados pelo apoio, não só da equipa multidisciplinar que acompanha o sobrevivente, como de quem lhe é mais próximo.

Assista aqui a um vídeo onde são abordadas duas perspetivas: a de quem acompanha o processo e a de quem o vive na primeira pessoa.

7. O apoio ao sobrevivente também passa pelo contexto laboral.

Paralelamente ao apoio familiar e afetivo, o contexto profissional pode revelar-se um verdadeiro pilar na recuperação. A entidade patronal poderá contribuir através do acompanhamento do caso, da procura de informação e da realização de um esforço acrescido para (re)integrar estes colaboradores. Pode optar pela adaptação dos seus horários, pela alteração das metas a cumprir ou mesmo por alterar as próprias condições de trabalho, permitindo ao sobrevivente manter o seu papel na estrutura, sem descurar da sua saúde física e mental.

8. Como em tantas outras situações, a adoção de um estilo de vida saudável e o regresso à normalidade são fundamentais no controlo da doença.

A par da terapêutica e da reintegração no quotidiano, a manutenção de um estilo de vida saudável (que inclui, sempre que possível, a prática de exercício físico e uma dieta equilibrada) contribuirá de forma decisiva para uma vida que se espera longa, tranquila e estimulante.
A reabilitação e o exercício físico a praticar variam caso a caso e são decididos pelo sobrevivente e pela equipa. Tão importantes como a recuperação física, as vertentes cognitiva e psicológica não deverão ser postas de parte.

9. O conhecimento traz poder.

A qualidade de vida dos sobreviventes passa, também, pelo acesso à informação. No guia “Eu e o Cancro da Mama”, disponível em eueocancrodamama.pt, podem encontrar-se respostas às perguntas mais frequentes sobre diagnóstico, tratamento, emoções, saúde, relacionamentos ou trabalho. Um guia que se pode revelar um verdadeiro apoio para quem quiser saber mais, de forma prática e em linguagem acessível. Só com acesso a informação clara e fidedigna se podem tomar decisões ponderadas.

10. Não tem de ser um caminho solitário.

A par do que se passa com outras patologias, o apoio dos pares e dos profissionais de saúde é essencial. Entidades como associações de doentes ou compostas por voluntários são apenas alguns exemplos de onde alguém com um diagnóstico de cancro da mama metastático pode encontrar suporte e compreensão. A partilha de conhecimento, de experiências e a relação com quem se encontra numa situação semelhante podem ajudar muito na forma como o sobrevivente vai lidar com o seu diagnóstico. Neste link encontra uma lista de contatos úteis, que vão desde Sociedades e Associações de Profissionais a Associações e Grupos de Apoio ao Doente.

Um artigo da médica Ana Joaquim, oncologista coordenadora do programa ONCOMOVE da Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia (AICSO).

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