“Há mais um de um ano que 1.800 utentes não têm médico de família e isto é grave, pois há muito diabético. Hoje devia ser dia de grande satisfação para mim, mas não é: estou triste, porque não tenho todos os meus utentes como deveria ter e não sei quando vou ter”, referiu.
Durante a inauguração da Unidade de Saúde Familiar da União de Freguesias de Bustos, Troviscal e Mamarrosa, que decorreu ao final da manhã, Fernando Martins apelou a que fosse feita uma reflexão, com urgência, sobre esta matéria.
Aproveitando a presença da presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, Fernando Martins evidenciou que aqueles 1.800 utentes se encontram “quase abandonados”.
“Agora vão ficar pior, pois éramos seis [médicos] e com mais facilidade conseguíamos dar alguma resposta, não a ideal, mas alguma. Agora com três, porque não estamos a ver grande parte dos utentes deslocarem-se de Oliveira do Bairro aqui a este polo, até porque alguns nem transporte têm, vai ser pior”, destacou.
Depois de se desculpar por deixar este desabafo num dia que deveria ser de satisfação, o coordenador da Unidade de Saúde Familiar da União de Freguesias de Bustos, Troviscal e Mamarrosa pediu a atenção de Rosa Reis Marques para esta situação.
“Este povo deste concelho merece. É um povo pacífico e como pacífico que é, deve ser respeitado para continuar a ser pacifico”, sustentou.
Na sua intervenção, a presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, Rosa Reis Marques, aludiu ao facto de se terem aposentado muitos profissionais de saúde no último ano.
“A geração de médicos que esteve no território e que deram alma ao Serviço Nacional de Saúde estão a aposentar-se. A ARS Centro, no ano de 2021, teve 102 médicos a aposentar-se”, informou.
Rosa Reis Marques admitiu que se aposentou “muita gente”, no entanto, há “uma nova geração que acabou agora o seu internato”.
“Esperamos que abra rapidamente concurso e que possamos substituir por almas novas os que já cumpriram a sua missão”, concluiu.
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