O mês de janeiro é, por norma, para muitos de nós, um mês tendencialmente longo e difícil. Janeiro junta em si muitos desafios, é um mês frio, com menos horas de sol por dia e tem a particularidade de surgir depois do entusiasmo das festas, tornando-se - muitas vezes - difícil.

Isto acontece porque é em janeiro que mais recolhemos e olhamos para a nossa evolução, é em janeiro que se torna mais propício definir objetivos e trilhar o caminho para novas conquistas, mas é também em janeiro que percebemos que estamos muitas vezes demasiado longe do lugar onde gostávamos de estar.

Por muitos objetivos que sejam traçados na noite de 31 de dezembro parece que nos sentimos pouco capazes de nos mover para os alcançar, no fundo, parece que nos sentimos muito pouco capazes de agir.

A verdade é que se tomarmos consciência de tudo isto, torna-se mais fácil fazer diferente, se tivermos um certo conhecimento de tudo aquilo que janeiro implica torna-se também mais fácil lidar com uma certa angústia para a qual janeiro nos parecesse arrastar.

Por isso, este ano, é importante tornarmo-nos permeáveis a tudo aquilo que janeiro nos faz sentir, tomando consciência de cada sentimento e permitindo-nos a pensar de forma a - mesmo que com uma certa morosidade, com uma certa dificuldade - nos levarmos a agir e a fazer de janeiro mais que um mês longo, avassalador e negro, um mês de renascimento, um mês em que deixamos para trás tudo aquilo que não resultou até agora e planeamos uma nova ação, um recomeço que nos permita conquistar, trilhar ou ser quem verdadeiramente somos de forma livre e espontânea. 

Ora se reparamos bem, janeiro é o início, é como se fosse a representação da manhã do novo ano, por isso, é importante torná-lo num bom mês para que todo o ano flua de forma mais simples e positiva. Repare, se a manhã de um dos seus dias correr mal, o dia por si tende a fluir de forma mais difícil e turbulenta. Por isso, este ano procure fazer do janeiro um bom início de ano, procure renascer em janeiro, para que 2024 possa ser leve, fluido e repleto de novas conquistas.

Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.