Muita gente pensa que o core é constituído apenas pelos abdominais mas não é bem assim. O core é toda a área que vai desde as ancas e glúteos até aos ombros. Imagine um manequim sem pernas e braços, isso é o core, o núcleo do nosso corpo. Se pensarmos nas várias atividades diárias e na maioria dos movimentos atléticos (correr, golpear, pontapear, lançar, saltar), todos requerem um core estável para retransmitir energia para as pernas e/ou braços e assim maximizar a eficiência do movimento.
Se não tiver estabilidade suficiente no core para executar estas ações, vai utilizar partes do corpo para compensar esta limitação, aumentando desta forma o risco de lesão. Por exemplo, quando bate uma direita no ténis ou quando faz um swing de golfe, se não tiver um core forte e estável, que lhe permita controlar esse movimento, dificilmente vai gerar a velocidade necessária para maximizar a potência nessas pancadas, sem compensar com outras regiões do corpo. O nosso corpo arranja sempre uma forma de executar os movimentos, o problema é que um movimento mal executado de forma crónica vai comprometer a integridade do sistema músculo-esquelético no médio / longo prazo. E isto significa lesões!
Tendo em conta as rotinas diárias da maioria das pessoas – todo o dia sentadas em frente do computador, logo sentam-se para comer e depois voltam a sentar-se no carro para conduzir até casa – é normal que acabem por desenvolver más posturas com os ombros caídos para a frente e com uma curvatura excessiva da coluna. Por este motivo não parece ser uma boa ideia incluir exercícios que impliquem uma flexão de coluna como os tradicionais abdominais (crunches e sit-ups). Ao fazermos isto estamos reforçando essa má postura, que acaba por limitar a eficiência do movimento e potenciar o risco de lesão.
A teoria é mais ou menos esta: os crunches podem causar um encurtamento do recto abdominal. As fibras musculares do recto abdominal estão orientadas verticalmente e têm a sua origem na pélvis e inserção nas costelas. Ao fazer este movimento de encurtamento de forma contínua vamos puxar a coluna torácica para baixo, resultando na postura cifótica que falamos antes (curvatura acentuada das costas).
Para melhor perceber esta situação, vamos fazer uma experiência. Se agora está sentado, levante-se e tente fazer o seguinte teste. De pé deixe cair os ombros para a frente, curvando as costas. Depois, tente levantar o braço o mais alto que possa com essa postura. Um pouco complicado, certo? Agora, se ainda continua sentado, vou pedir que se levante uma vez mais, peito para fora, mantenha as costas direitas e tente levantar o braço o mais alto que possa. Melhorou? Como pode verificar, quando você é capaz de manter uma boa postura pode chegar mais alto, mais longe, isto significa maior amplitude de movimento e como tal, maior eficiência em qualquer atividade.
Faz sentido?
Fique atento(a) aos artigos da próxima semana para saber mais e até lá…bons treinos!
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