“Ecológica, simples e barata de produzir”, a bebida foi desenvolvida nos laboratórios da Unidade de Investigação de Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares (QOPNA) da Universidade de Aveiro e ao beber distingue-se das sidras tradicionais por não ser adocicada, saber ligeiramente a maçã e ter um aroma refrescante, indica a universidade em nota informativa
O objetivo foi aproveitar o bagaço de maçã, um subproduto da indústria de sumos concentrados, cuja eliminação, explica aquela instituição, “traz muitas implicações ambientais e económicas para as indústrias”.
A equipa de investigação verificou que existia potencialidade no bagaço de maçã, nomeadamente na “valorização dos compostos de aroma e açúcares que fazem parte da sua composição química” e que, no final, “definem a bebida produzida não só em termos ecológicos, como também sensoriais”.
Menos processos de produção
Aproveitando esse subproduto da indústria de sumos concentrados como matéria-prima para a produção de sidra, a par da vantagem ambiental, há outra mais-valia: a utilização do bagaço de maçã para a produção de sidra “elimina vários passos de extração do sumo da maçã e, consequentemente, reduz os custos de produção”, defende a universidade.
“Em relação às sidras que já usam concentrado de maçã, o bagaço de maçã permite que seja apenas requerido um passo de extração adicional, adaptável a um processo semelhante usado pela indústria cervejeira, a brassagem”, explicam os investigadores.
É esse processo que, segundo a Universidade de Aveiro, permite valorizar os compostos de aroma presentes no bagaço de maçã e que elimina a necessidade de adição de aromas, ao contrário do que acontece com muitos produtos disponíveis comercialmente, obtidos a partir do concentrado de maçã.
Quem são os responsáveis pela nova bebida?
João Santos, estudante do Mestrado em Biotecnologia, e Eduardo Coimbra e Margarida Afonso, do Mestrado Integrado em Engenharia Química, são os estudantes que estão por de trás do desenvolvimento desta sidra eco inovadora e que tiveram como mentores o estudante de doutoramento Pedro Fernandes e os investigadores Elisabete Coelho e Manuel Coimbra.
A “Cidermace” é um dos projetos presentes na final nacional do Ecotrophelia, um concurso de âmbito internacional promovido pela PortugalFoods e Federação das Indústrias Portuguesas Agro Alimentares (FIPA), para "premiar a inovação do meio académico no setor agroalimentar".
O vencedor, que será conhecido a 06 de junho e irá representar Portugal na Ecotrophelia Europa 2017, que decorre de 21 a 22 de novembro em Londres.
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